O governo de Minas Gerais exonerou o jornalista Eduardo Guedes, a pedido, do cargo de subsecretário de Comunicações, subordinado à Secretaria de Governo de Aécio Neves (PSDB). Guedes é um dos réus da ação civil pública por improbidade administrativa movida contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas, e o atual vice-governador mineiro, Clésio Andrade (PL), que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Também são réus no mesmo processo Marcos Valério Fernandes de Souza, o suposto operador do mensalão, e seus sócios em duas agências de publicidade. O processo apura a transferência de R$ 3 milhões de duas estatais mineiras à agência SMP&B, de Valério, em 1998, quando Azeredo disputou a reeleição tendo Clésio como vice.
Naquele ano, o jornalista era o titular da Secretaria de Comunicações do governo Azeredo. Investigações do Ministério Público Federal apontam que Guedes autorizou a liberação do dinheiro a título de patrocínio do "Enduro da Independência", mas os procuradores encontraram indícios de que isso teria sido um artifício para encobrir gastos de campanha de Azeredo.
Ontem, Guedes disse à Folha de S.Paulo que sua demissão do cargo de subsecretário de Comunicações não tem relação com a ação civil pública por improbidade, que o STF decidiu remeter para a Justiça estadual. Ele disse que a citação de seu nome no caso não causava constrangimento ao governo.
"Nenhum (constrangimento), nenhum, eu tinha um compromisso com o governador de sair do cargo há um ano", disse Guedes à Folha.