O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), admitiu hoje dificuldades para a aprovação, pelo Congresso, da emenda constitucional que prevê a extinção do voto secreto nas votações da Câmara e do Senado. Na quarta-feira, uma frente de parlamentares pressionou o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), a colocar em pauta a proposta ainda neste mês.
"Eu acho difícil, mas nós vamos lutar por isso. Na hora em que nós formos votar (a matéria), o voto vai ser aberto e o eleitor vai poder ver quem defende o voto secreto ou aberto", disse ele.
O deputado, no entanto, acha que o voto secreto deve ser mantido no caso de votações sobre vetos governamentais, o que evitaria que alguns parlamentares decidissem sob temor de represálias.
Processos no Conselho
Izar afirmou que os três processos restantes sobre o escândalo do mensalão no Conselho devem ser concluídos até maio. Ele também afirmou que os deputados que substituíram os parlamentares que renunciaram à vaga devem permanecer até o fim dos trabalhos.
O presidente do colegiado também comentou as sucessivas absolvições no plenário da Casa que contrariaram a orientação pela cassação dos mandatos decidida no Conselho. "O importante é o que o Conselho de Ética está cumprindo a sua obrigação. Está mostrando ao Brasil o que está acontecendo", disse.
"O procurador-geral (Antonio Fernando de Souza) indiciou determinados parlamentares que foram condenados no Conselho e absolvidos no plenário, incluindo provas, oitivas e testemunhos feitos no Conselho", acrescentou.