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JUSTIÇA
Congresso em Foco
22/4/2025 | Atualizado às 16:32
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta terça-feira (22) uma colocação do advogado Anderson Rodrigues de Almeida, que defende Silvinei Vasques, em sessão da Primeira Turma da Corte. O comentário veio em resposta aos argumentos da defesa de Silvinei amparados em números da Justiça Eleitoral.
Silvinei é ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e, na denúncia em julgamento, é acusado de, no segundo turno das eleições de 2022, usar a estrutura da corporação para bloquear estradas em lugares escolhidos para dificultar o trânsito de eleitores em locais onde o atual presidente Lula teria melhor votação e o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria em desvantagem. Na defesa do seu cliente, Anderson Rodrigues recorreu a dois dados da Justiça eleitoral: a baixa taxa de abstenção no segundo turno e o dado que nenhum dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) teria reportado reclamações relacionadas aos bloqueios.
"O fato é que absolutamente nenhum, nenhum eleitor deixou de votar no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. A prova disso é que os 27 TREs afirmaram que nunca chegou qualquer tipo de reclamação de qualquer cidadão que tenha tido o seu direito constitucional de voto suprimido por conta de alguma ação ilegítima ou arbitrária da Polícia Rodoviária Federal, sob o comando de Silvinei Vasques", disse Anderson. "Tanto é, senhores ministros, que a imprensa, amplamente divulgou que o índice de abstenção no segundo turno foi o menor da história. O canal G1, um dos maiores do Brasil no dia 30 de outubro de 2022, publicou uma matéria dizendo o seguinte: a abstenção no segundo turno é a menor desde 2006. E cai pela primeira vez em relação ao primeiro turno."
Depois da exposição, a ministra Cármen pediu permissão ao presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, para fazer perguntas ao advogado. Seguiu-se a seguinte troca:
Carmen Lúcia: Dr. Anderson, cumprimentando Vossa Senhoria, eu entendi bem da expressa afirmativa de Vossa Senhoria de que a abstenção ou o nível de abstenção veiculado em algumas notícias teria a ver com a atuação do sr. Silvinei?
Anderson de Almeida: Não, Excelência. A abstenção diz respeito a um dado estatístico.
Carmen Lúcia: Não tem nada a ver com a atuação de quem quer que seja, certo?
Anderson de Almeida: Sim.
Carmen Lúcia: Em cada eleição, se tem a avaliação a partir de dados estatísticos do Tribunal Superior Eleitoral do número de votantes que comparecem em cada sessão eleitoral deste país e em cada zona eleitoral. Não tem nada a ver. Então apenas afastar qualquer interpretação de que o maior ou menor índica de abstenção num ou noutro lugar tem a ver com essa circunstância que poderia, sim, ter sido impedido ou aumentado por uma atuação. Agora, tomar-se no todo e imaginar-se que isso daqui leva a uma desconfiguração... o que se está alegando é que houve tentativa de impedimento e busca de impedimento de eleitores. O nobre advogado afirma que não teria havido também nenhuma reclamação sobre a impossibilidade de comparecimento às urnas...
Anderson de Almeida: Sim. De acordo com dados publicados pelos 27 TREs...
Carmen Lúcia: Vossa Senhoria ou o cliente de Vossa Senhoria tem notícia de que ele foi chamado no meio do dia ao Tribunal Superior Eleitoral exatamente por causa do excesso de reclamação, que recebemos lá, e que foi chamado para que imediatamente desfizesse qualquer uma dessas circunstâncias que estavam sendo reclamadas formalmente, inclusive por eleitores que eram senadores da República e que não conseguiam chegar? Vossa Senhoria tem consciência disso, notícia disso? Porque foi amplamente veiculado.
Anderson de Almeida: Sim, foi comparecido, e as situações foram esclarecidas.
Carmen Lúcia: Não. Ele foi chamado. Quanto a esclarecimento, será feito nesses autos.
A ministra Cármen Lúcia, hoje, é a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na época das eleições de 2022, o comandante da Corte eleitoral era o ministro Alexandre de Moraes.
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