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PREVIDÊNCIA
Congresso em Foco
2/5/2025 18:01
Durante reunião com o presidente Lula no Palácio do Planalto nesta sexta (2), o ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu sua demissão da pasta. O pedetista enfrenta desgaste diante da revelação de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), descoberta pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) na segunda quinzena de abril.
As fraudes consistiam na inclusão de mensalidades associativas e serviços fictícios nos contracheques dos segurados. Esses valores eram repassados a entidades conveniadas por meio de Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), firmados com o próprio INSS. A CGU apurou que a maioria dessas entidades não possuía estrutura operacional para prestar os serviços que alegavam oferecer. O prejuízo estimado foi de R$ 6,3 bilhões, e o governo ainda estuda formas de ressarcir as vítimas.
Embora não haja indícios de envolvimento direto do ministro nas irregularidades, o Planalto considerou que Lupi agiu com lentidão diante dos alertas. Documentos do Conselho Nacional de Previdência Social mostram que o tema foi mencionado em junho de 2023, mas só entrou oficialmente na pauta em abril de 2024, quase dez meses depois. A CGU também informou ter enviado seis ofícios ao INSS cobrando providências, sem resposta.
A relação entre o presidente Lula e o ex-ministro estava comprometida desde a própria descoberta do esquema: Lupi assumiu publicamente a responsabilidade por ter indicado o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afastado judicialmente em meio às investigações, e se opôs à sua demissão sem que pudesse se defender. A situação se agravou na quarta (30), quando Lula nomeou diretamente o atual presidente do instituto, Gilberto Waller Júnior.
No lugar de Lupi, assume o seu ex-secretário executivo, Wolney Queiroz. Ele foi líder da oposição na Câmara dos Deputados nos últimos meses do governo Bolsonaro, e pertence à ala do PDT simpática ao presidente Lula, e possui proximidade com os demais partidos do núcleo duro do governo.
Complicações no Congresso
Mesmo com a sangria sobre a imagem do governo, a decisão sobre manter ou não Carlos Lupi não foi simples: o ex-ministro é presidente licenciado do PDT, partido que, apesar de historicamente e ideologicamente próximo ao PT, disputa com o partido de Lula por espaço dentro do eleitorado de esquerda. Sem espaços no governo, a sigla também pode romper com a base no Congresso.
A bancada do PDT não é grande, mas conta com números suficientes para influenciar em resultados de votação: a sigla conta com 17 deputados e três senadores. O partido conta com uma ala interna contrária à permanência da aliança com o governo, liderada pelo ex-governador Ciro Gomes.
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