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TRAMA GOLPISTA
Congresso em Foco
20/5/2025 11:43
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (20) que os novos áudios do policial federal Wladimir Matos Soares em que o agente fala em "matar meio mundo" e "cortar a cabeça" do magistrado não serão analisados no julgamento que discute o recebimento da denúncia contra ele e outros 11 acusados de tentativa de golpe de Estado. A decisão se deve ao fato de o material ter sido anexado ao processo apenas na semana passada, após a conclusão da perícia no celular de Soares.
Apontado como integrante do chamado "núcleo três" da trama golpista composto majoritariamente por militares conhecidos como "kids pretos" Soares fazia parte da equipe de segurança presidencial. Segundo a Polícia Federal, ele repassava informações sobre a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a outros envolvidos no plano golpista após a vitória eleitoral do petista em 2022. O agente foi preso em novembro do ano passado, e os áudios foram extraídos de seu celular.
"Prontos para matar meio mundo"
As gravações reveladas pela PF mostram o policial defendendo ações violentas para manter Jair Bolsonaro no poder, caso houvesse ordem para isso. "Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada, para a gente agir. Mas o presidente deu para trás porque, na véspera de agir, foi traído pelo Exército. O PT comprou esses generais", afirmou em um trecho. "A gente ia matar meio mundo de gente. Tava nem aí já", declarou.
Em outro momento, Soares afirma que Moraes deveria ter sido morto em 2020, quando impediu Bolsonaro de nomear Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal. "Tinha que ter cortado a cabeça dele ali. Mas não fez. Foi frouxo", disse.
Defesa teve pedido negado
A defesa de Soares pediu o adiamento do julgamento na Primeira Turma do STF, alegando necessidade de mais tempo para analisar os áudios e indicar novas testemunhas. O pedido, no entanto, foi negado por Moraes, que considerou que o conteúdo das gravações não traz fatos novos, apenas reforça elementos já presentes no processo. "Não cabe análise do material neste momento. Os áudios foram juntados de forma extemporânea", afirmou.
A subprocuradora-geral da República, Claudia Marques, também se manifestou contra o uso imediato dos áudios e sugeriu que o conteúdo seja analisado no âmbito da própria Polícia Federal, com eventual abertura de procedimento disciplinar. "Se a autoridade policial se excedeu, tem que se instalar um procedimento disciplinar para apurar", disse.
A Procuradoria-Geral da República não aditou a denúncia para incluir os áudios, o que, segundo Moraes, impede sua consideração nesta fase do processo. Caso a denúncia seja aceita, o material poderá ser analisado em momento posterior.
O grupo julgado nesta terça-feira é acusado de integrar o plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que previa atentados contra o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.
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