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MANIFESTAÇÃO PRÓ-PALESTINA
Congresso em Foco
10/6/2025 9:25
O ativista brasiliense Thiago Ávila será deportado de Israel após a interceptação da embarcação Madleen, que tentava furar o bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pelo Itamaraty. Segundo Ivo de Araújo Oliveira Filho, pai de Thiago, o filho está bem de saúde, já foi interrogado e será mandado de volta para o Brasil após ter sido levado, com os outros 11 ativistas estrangeiros, a uma unidade de detenção e, depois, ao aeroporto de Tel Aviv, de onde devem embarcar para os seus respectivos países. Os ativistas estão incomunicáveis neste momento.
Ivo de Araújo gravou um vídeo informando sobre a deportação do filho e agradecendo pelo apoio recebido de várias frentes. Confira:
"Não era iate de selfies"
De acordo com Ivo, o grupo permanece unido em seu propósito. "Todos decidiram que só sairão se todos forem liberados. Não aceitarão que nenhum deles fique preso em Israel", afirmou ele ao Congresso em Foco. "Foi uma ação muito bem planejada, executada com responsabilidade e maturidade. Tentam desmoralizar o grupo, mas não era um 'iate de selfies'. Havia propósito, havia estratégia. Eles alcançaram o objetivo: chamar a atenção para o que acontece em Gaza."
"Não era um iate de selfies, ao contrário do que disse o governo israelense", ressaltou Ivo. O servidor aposentado do Senado destacou a solidez da organização da missão humanitária que reuniu 12 ativistas internacionais a bordo do Madleen, entre eles a sueca Greta Thunberg, a deputada francesa Rima Hassan e o ator Liam Cunningham, de Game of Thrones.
Mobilização brasileira
A situação gerou forte mobilização no Brasil. Ainda nesta segunda, a esposa de Thiago, Lara Souza, foi recebida pela Secretária-Geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha. O Itamaraty, que confirmou a chegada de Thiago ao aeroporto de Tel Aviv, enviou representantes da embaixada ao local para acompanhar de perto o processo de deportação e garantir os direitos do brasileiro.
O Ministério das Relações Exteriores também reforçou o compromisso do Brasil com o Estado da Palestina e criticou duramente a ação israelense, lembrando que a interceptação ocorreu em águas internacionais, o que configura, segundo especialistas e os próprios ativistas, violação do direito internacional.
Parlamentares do Psol, da Rede e do PT fizeram apelo ao Itamaraty e ao governo israelense pela liberação dos ativistas.
Apelo emocionado
Antes de receber notícias do filho, Ivo havia feito um apelo emocionado ao Congresso em Foco por informações sobre Thiago, com quem havia perdido contato no domingo (8), às 17h29 (horário de Brasília), logo antes da interceptação do Madleen. Em áudio enviado via Instagram à família, o ativista se despediu dizendo: "Vai ficar tudo bem, amo vocês".
A mensagem comoveu autoridades e impulsionou a ação diplomática. "A única coisa que queria era saber que ele está vivo. Agora sei que ele está bem, foi interrogado, está com advogados e será deportado", relatou Ivo.
Missão e reação
A embarcação Madleen partiu da Itália em 1º de junho levando mantimentos simbólicos arroz e leite em pó para bebês com o objetivo de romper simbolicamente o bloqueio imposto por Israel à costa de Gaza desde 2007. A missão foi organizada pela Freedom Flotilla Coalition (FFC), coalizão internacional de apoio humanitário à Palestina.
Ao se aproximar da costa de Gaza, o barco foi cercado por drones e lanchas israelenses e atacado com uma "substância branca", conforme relataram os ativistas. "Estávamos em missão civil completamente não violenta", disseram em comunicado. O contato externo foi interrompido por várias horas e retomado apenas após a chegada ao porto israelense de Ashdod.
A interceptação foi amplamente criticada por governos e organizações internacionais. A França, que tinha seis cidadãos a bordo, exigiu a repatriação imediata. O presidente Emmanuel Macron chamou o bloqueio de Gaza de "vergonha". A ONU acompanha o caso de perto, e a relatora para os Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, confirmou três incidentes durante a travessia.
O governo israelense, por sua vez, reagiu com desdém à iniciativa, classificando-a como "provocação midiática" e chamando o barco de "iate de selfies". Disse ainda que "existem outras formas de entregar ajuda a Gaza que não envolvem selfies para o Instagram".
Thiago Ávila, de 38 anos, é publicitário, casado e pai de uma menina de um ano e sete meses. Atua em causas sociais desde os 17 anos, com passagens por movimentos de defesa de comunidades carentes e de povos indígenas. Tornou-se ativista pró-Palestina após uma visita à região.
O processo de deportação dos 12 ativistas já está em curso, mas o grupo reafirmou que só deixará Israel se todos forem liberados em conjunto. A embaixada brasileira, segundo o Itamaraty, acompanha o caso de perto, garantindo assistência consular e observância dos direitos humanos.
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