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RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Congresso em Foco
10/6/2025 16:03
O publicitário e ativista brasileiro Thiago Ávila segue detido em Israel após se recusar a assinar um termo de deportação que o obrigaria a reconhecer a acusação de ter invadido o espaço marítimo israelense. Thiago coordenava a Flotilha da Liberdade, embarcação humanitária que tentou furar o bloqueio à Faixa de Gaza para levar alimentos, água potável e medicamentos à população palestina.
Além do brasiliense, outros sete ativistas rejeitaram o documento, entre eles a eurodeputada francesa de origem palestina Rima Hassan. Quatro dos 12 integrantes da missão, incluindo a sueca Greta Thunberg, aceitaram as condições impostas por Tel Aviv e foram deportados. Já os demais permanecem sob custódia das autoridades israelenses, em um centro de detenção na cidade de Ramla.
"Eles disseram que não vão assinar porque entendem que não cometeram o crime que Israel está tentando imputar a eles (...). Estavam apenas levando ajuda humanitária para a Faixa de Gaza", afirmou Ivo de Araújo Oliveira Filho, pai de Thiago, ao Congresso em Foco. "Estão fechados entre eles: nenhum deles assinará a deportação se a decisão não valer para todos."
Como mostrou este site pela manhã, Ivo estava convicto de que o filho voltaria ainda hoje para o Brasil. O Itamaraty acompanha o brasileiro em Israel.
Interceptação em águas internacionais
Segundo relatos do grupo e da emissora Al Jazeera, o barco humanitário Madleen foi interceptado por navios da Marinha israelense na noite de domingo (8), a cerca de 185 km da costa de Gaza. A embarcação havia partido da Itália em 1º de junho com 12 ativistas de diferentes nacionalidades, em missão coordenada pela Coalizão Flotilha da Liberdade.
Após a abordagem, o navio foi rebocado até o porto de Ashdod, onde chegou na noite de segunda-feira (9). Os ativistas foram mantidos em celas isoladas e submetidos a interrogatórios. Israel ofereceu liberação imediata na madrugada seguinte, sob a condição de que todos assinassem o termo de deportação, o que representaria, na prática, a confissão de um crime que o grupo nega ter cometido.
"Aqueles que se recusarem a assinar os documentos de expulsão e a abandonar Israel serão apresentados a uma autoridade judicial, de acordo com a legislação israelense, para que autorize sua expulsão", informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
"Não era um iate de selfies"
Diante das acusações israelenses de que o barco seria uma ação midiática, Ivo Oliveira Filho rebateu. "Não era um iate de selfies, ao contrário do que disse o governo israelense", afirmou. Ele destacou a seriedade da missão humanitária.
O objetivo do grupo era entregar mantimentos básicos a uma população civil em situação desesperadora desde outubro de 2023, quando Israel iniciou sua ofensiva militar contra Gaza, descrita por entidades humanitárias e organizações internacionais como um possível genocídio.
A detenção de Thiago Ávila causou forte mobilização no Brasil. Ainda na segunda-feira, Lara Souza, esposa do ativista, foi recebida pela secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha. O governo brasileiro reforçou ainda seu compromisso com o Estado da Palestina e criticou duramente a operação israelense, enfatizando que a abordagem ocorreu em águas internacionais, o que constitui, segundo especialistas e ativistas, uma violação do direito internacional.
Antes de receber confirmação sobre o paradeiro do filho, Ivo fez um apelo emocionado ao Congresso em Foco, relatando que havia perdido contato com Thiago às 17h29 do domingo (8), momentos antes da interceptação. A última mensagem foi um áudio enviado via Instagram: "Vai ficar tudo bem, amo vocês", disse o ativista à família. A gravação comoveu autoridades e impulsionou as ações diplomáticas do Itamaraty. Ouça:
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