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Repercussão
Congresso em Foco
10/7/2025 | Atualizado às 15:49
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros gerou ampla repercussão na imprensa internacional. O anúncio, feito nesta quarta-feira (9), ocorreu em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil, acusado de liderar um plano para se manter no poder após sua derrota nas eleições de 2022.
Os jornais The New York Times, The Washington Post, The Guardian e Clarín deram destaque à medida, que foi classificada, direta ou indiretamente, como abrupta, de forte carga retórica e motivada por fatores pessoais.
A nova tarifa anunciada por Trump, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto, foi apresentada como retaliação à condução do processo judicial contra Bolsonaro. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump classificou o julgamento como uma "caça às bruxas" e afirmou que Bolsonaro é um "líder altamente respeitado". O governo brasileiro respondeu prontamente e prometeu adotar medidas com base na lei de reciprocidade econômica.
Repercussão na imprensa norte-americana
O The New York Times destacou que o episódio sinaliza o início de uma guerra comercial repentina entre os dois países, observando que o uso de tarifas por Trump tem sido recorrente em sua estratégia de pressão política. A publicação também apontou imprecisões na justificativa do ex-presidente, como a alegação de que os EUA teriam um déficit comercial com o Brasil quando, na realidade, os dados mostram um superávit norte-americano.
Segundo o jornal, Trump estaria exigindo o fim do julgamento de Bolsonaro em troca da retirada das tarifas, o que representa, na visão de analistas ouvidos pela reportagem, um uso inusitado e agressivo de instrumentos econômicos em assuntos judiciais estrangeiros.
Já o Washington Post classificou o movimento como uma "escalada drástica" nas relações bilaterais e apontou o forte impacto que a tarifa pode ter sobre a economia brasileira. A publicação relatou que o governo Lula poderá utilizar o episódio para mobilizar apoio político interno, enquanto aliados de Bolsonaro culpam a atual administração pelo conflito.
Ampliação do escopo tarifário
O jornal britânico The Guardian contextualizou a medida dentro de um pacote mais amplo de tarifas anunciadas por Trump, que inclui também países como Brunei, Líbia e Moldávia. A publicação avaliou que as tarifas visam países que, segundo o presidente, têm hostilizado aliados conservadores ou adotado medidas que prejudicam empresas norte-americanas. Nesse contexto, o caso brasileiro foi associado à defesa de Bolsonaro como um aliado político próximo de Trump.
O periódico destacou ainda o papel do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro e os atritos entre autoridades judiciais do país e plataformas digitais, um dos pontos mencionados por Trump em sua justificativa para os novos impostos.
Ênfase regional
No jornal argentino Clarín, o foco esteve na dimensão diplomática e política regional do episódio. A reportagem destacou o embate entre os presidentes dos dois maiores países das Américas, apontando que o episódio reaviva a polarização ideológica entre os campos liderados por Lula e Bolsonaro. O jornal também mencionou que o Planalto encara a reação dos EUA como uma oportunidade de reforçar o discurso de soberania nacional, ao passo que integrantes da oposição atribuem o agravamento da crise à gestão federal.
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