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Tarifaço
Congresso em Foco
30/7/2025 8:01
Os medicamentos e produtos farmacêuticos são os principais itens importados pelo Brasil dos Estados Unidos neste ano. Inicialmente, tais produtos não serão impactados pelas tarifas impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros. Contudo, uma possível retaliação por parte do Brasil poderá encarecer produtos essenciais, como medicamentos destinados ao tratamento de câncer e doenças raras.
No ano passado, o Brasil importou aproximadamente US$ 10 bilhões em itens da área médica, incluindo produtos utilizados em procedimentos cirúrgicos, reagentes para a detecção de doenças, instrumentos e aparelhos para uso médico. Uma parcela significativa desses produtos tem origem nos Estados Unidos. A possibilidade de uma resposta brasileira às tarifas americanas suscita preocupação no setor.
Conforme declarações do CEO da Associação Brasileira de Indústria de Dispositivos Médicos, Paulo Fraccaro, alternativas para o Brasil seriam a China, a Índia e a Turquia. "Se nós adotarmos a reciprocidade, esses produtos chegarão mais caros nas prateleiras, na ordem de 30%, e o Brasil vai ter que procurar alternativas", afirma.
O Brasil também importa medicamentos patenteados, especialmente aqueles destinados ao tratamento de doenças raras ou que incorporam tecnologias avançadas, sendo os Estados Unidos um dos principais fornecedores. Em um cenário de guerra tarifária, o custo desses medicamentos no Brasil poderia aumentar ainda mais.
No primeiro semestre deste ano, foram importados US$ 4,3 bilhões em medicamentos de alto custo e produtos farmacêuticos, representando um aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. A União Europeia é o principal fornecedor, respondendo por cerca de 60% do total, enquanto Alemanha e Estados Unidos contribuem com aproximadamente 15% cada.
A maior parte dos medicamentos de uso comum, especialmente os genéricos, é produzida no Brasil. Entretanto, 95% dos insumos farmacêuticos necessários para essa produção são provenientes da China. Para o presidente-executivo da Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), Norberto Prestes, é fundamental investir em pesquisa e produção nacional. "Temos a capacidade, temos pesquisadores brilhantes, que acabam indo para o exterior. Nós deveríamos reter esses talentos aqui e desenvolver nosso sistema para aumentar a nossa soberania nesse quesito", avalia.
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