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TARIFAÇO DE TRUMP
Congresso em Foco
30/7/2025 7:50
Às vésperas da entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, senadores dos Estados Unidos e do Brasil se reuniram nessa terça-feira (29), em Washington, para discutir os rumos da relação bilateral. E dois temas dominaram os encontros: a pressão americana para que o Brasil reduza a importação de combustíveis russos e a tentativa de barrar ou adiar o tarifaço anunciado por Donald Trump.
A comitiva brasileira, liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, participou de reuniões com parlamentares democratas e republicanos no Capitólio. Apesar da proximidade do recesso legislativo, a missão contou com presença expressiva de congressistas norte-americanos, o que foi interpretado como sinal do peso estratégico atribuído à parceria com o Brasil.
Petróleo russo no centro das preocupações
A principal cobrança dos americanos foi sobre o petróleo russo. Senadores dos partidos Democrata e Republicano pediram que o Brasil reavalie suas compras de combustível vindo da Rússia. Sugeriram inclusive a criação de um sistema de rastreabilidade da origem dos insumos, de modo a evitar o uso indireto de recursos que sustentem a economia de guerra de Moscou.
Em resposta, a delegação brasileira propôs alternativas técnicas e reiterou que o país já conta com regras regulatórias transparentes para importação de combustíveis.
Críticas à tarifa e apoio ao Brasil
Durante os encontros, diversos parlamentares americanos criticaram abertamente a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Trump. O senador Martin Heinrich (Democrata) disse que não vê benefícios práticos na medida e alertou que ela já começa a afetar o consumidor americano. Citou o café brasileiro como exemplo de insumo insubstituível, cuja escassez tem provocado alta de preços. Também mencionou o setor madeireiro e seus reflexos no custo da habitação.
Já o senador Thom Tillis (Republicano) foi além: declarou ver possibilidade de adiamento da tarifa, diante de ações judiciais em andamento, e considerou a medida um erro político. Disse ter defendido o Brasil em conversas com interlocutores do Departamento de Comércio e lamentou o uso da economia como instrumento de disputa política por parte de Trump.
Mobilização legislativa contra tarifa
Democratas como Tim Kaine e Ed Markey também se posicionaram contra a alíquota adicional. Markey revelou que prepara um projeto legislativo para responder à imposição da tarifa. Kaine, por sua vez, prometeu forçar uma deliberação do Senado caso o governo insista na medida unilateral.
A deputada Sydney Kamlager-Dove, copresidente do Brazil Caucus e representante da Califórnia, criticou a politização do comércio e sugeriu acionar outros caucuses legislativos para ampliar a reação. Ela também avaliou que a crise pode ser revertida judicialmente e publicou vídeo nas redes sociais demonstrando apoio à comunidade brasileira e preocupação com o impacto da tarifa sobre produtos como suco de laranja e café.
Propostas de cooperação
Outros senadores, como Mark Kelly, Chris Coons e Jeanne Shaheen, também participaram das discussões e sugeriram abordagens alternativas para reduzir tensões bilaterais. Foi mencionado que o Congresso americano discute sanções secundárias contra países que mantêm relações comerciais com a Rússia, e o nome do Brasil apareceu entre os temas em debate.
A delegação brasileira reafirmou a autonomia dos poderes e propôs uma iniciativa legislativa conjunta entre os dois parlamentos para fortalecer mecanismos de rastreamento do petróleo e derivados. Formada por oito senadores, a comitiva do Senado está desde o início da semana nos Estados Unidos, em articulação política para tentar barrar a entrada em vigor, na próxima sexta-feira (1), da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos.
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