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RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Congresso em Foco
12/8/2025 | Atualizado às 8:25
O presidente Lula conversou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping, na noite desta segunda-feira (11), por cerca de uma hora. Segundo o Palácio do Planalto, a conversa foi marcada por temas estratégicos da relação bilateral e pela troca de visões sobre a conjuntura internacional. O diálogo foi solicitado pelo líder brasileiro.
De acordo com o relato chinês, divulgado pela rede estatal CCTV e pela agência Xinhua, Xi afirmou que "a China está pronta para trabalhar com o Brasil para estabelecer um exemplo de unidade e autossuficiência entre os principais países do Sul Global". Ele também declarou que "a China apoia o povo brasileiro na defesa de sua soberania nacional e apoia o Brasil na salvaguarda de seus direitos e interesses legítimos, exortando todos os países a se unirem na luta decidida contra o unilateralismo e o protecionismo".
Brics e conjuntura internacional
O comunicado brasileiro destacou que a conversa abordou temas como Brics e oportunidades de negócios. Xi definiu o bloco como "plataforma-chave para construir consenso no Sul Global" e defendeu que os países do grupo atuem juntos para proteger "os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento".
Lula relatou que "trocamos impressões sobre a atual conjuntura internacional e os recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia. Concordamos sobre o papel do G20 e do Brics na defesa do multilateralismo". Ele também apontou a importância do grupo Amigos da Paz para buscar soluções políticas para o conflito.
COP 30 no centro da pauta ambiental
A questão climática foi outro destaque da ligação. "Reiterei a importância que a China terá para o sucesso da COP 30 e no combate à mudança do clima", afirmou Lula nas redes. Xi Jinping respondeu que enviará a Belém, sede do evento em 2025, uma delegação de alto nível e trabalhará ao lado do Brasil para garantir o êxito da conferência.
Para o governo brasileiro, o encontro é uma oportunidade estratégica para firmar compromissos ambientais e ampliar investimentos em tecnologias limpas. O líder chinês reforçou que o seu país pretende construir, junto com o Brasil, "um mundo mais justo e um planeta mais sustentável".
Cooperação econômica e tecnológica
O diálogo também reforçou o interesse em ampliar a parceria estratégica. Lula afirmou que ambos saudaram "os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países" e se comprometeram a expandir a cooperação para setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites.
Xi destacou que "as relações entre a China e o Brasil estão em seu melhor momento na história" e que o alinhamento das estratégias de desenvolvimento avança "de forma fluida". Segundo ele, "o lado chinês está pronto para trabalhar com o Brasil para aproveitar oportunidades, fortalecer a coordenação e proporcionar mais resultados mutuamente benéficos de cooperação".
A conversa ocorre em um cenário de disputas comerciais e realinhamentos estratégicos, no qual Brasil e China buscam reforçar a cooperação Sul-Sul. Embora não haja confirmação sobre debates envolvendo a recente escalada tarifária dos Estados Unidos contra países do Brics ou o pedido do ex-presidente Donald Trump para que a China aumente a compra de soja americana, o tom da ligação evidenciou sintonia em defesa do multilateralismo e de interesses comuns no comércio internacional.
Veja a íntegra do relato da conversa feito pela agência oficial chinesa, Xinhua:
"Xi diz que China e Brasil podem dar exemplo de unidade e autossuficiência no Sul Global
Beijing, 12 ago (Xinhua) -- O presidente chinês, Xi Jinping, disse nesta terça-feira que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para estabelecer um exemplo de unidade e autossuficiência entre os principais países do Sul Global e construir conjuntamente um mundo mais justo e um planeta mais sustentável.
Xi fez as declarações durante uma conversa telefônica com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
As relações entre China e Brasil estão em seu melhor momento na história, com a construção de uma comunidade China-Brasil de um futuro compartilhado e o alinhamento das estratégias de desenvolvimento dos dois países começando bem e progredindo de forma fluida, afirmou Xi.
O presidente chinês acrescentou que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para aproveitar oportunidades, fortalecer a coordenação e alcançar mais resultados de cooperação mutuamente benéfica.
Xi disse ainda que a China apoia o povo brasileiro na defesa de sua soberania nacional e apoia o Brasil na salvaguarda de seus direitos e interesses legítimos, e conclamou todos os países a se unirem e se oporem resolutamente ao unilateralismo e ao protecionismo.
Xi destacou que o mecanismo do Brics é uma plataforma-chave para a construção de consenso no Sul Global e parabenizou o Brasil por sediar com êxito a cúpula do BRICS realizada recentemente.
Xi apelou aos países do Sul Global que salvaguardem conjuntamente a equidade e a justiça na comunidade internacional, defendam as normas básicas que regem as relações internacionais e protejam os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento.
A China e o Brasil devem continuar a enfrentar os desafios globais, garantir o sucesso da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que se realizará na cidade de Belém, Brasil, e devem promover o papel do grupo "Amigos da Paz" na promoção de uma solução política para a crise ucraniana, segundo Xi.
Lula, por sua vez, disse que o Brasil atribui grande importância às relações com a China e espera fortalecer a cooperação com a China, aprofundar o alinhamento estratégico e promover um maior desenvolvimento das relações bilaterais.
Ele informou Xi sobre a situação atual das relações entre o Brasil e os EUA e a posição de princípio inabalável do Brasil na salvaguarda de sua soberania.
Lula elogiou os esforços chineses para aderir ao multilateralismo e salvaguardar as regras do livre comércio, bem como seu papel responsável nos assuntos internacionais.
O Brasil está disposto a reforçar a comunicação e a coordenação com a China em mecanismos multilaterais como o Brics, opor-se à bullying unilateral e salvaguardar os interesses comuns de todos os países, de acordo com o presidente brasileiro."
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