Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
RELAÇÕES EXTERIORES
Congresso em Foco
14/8/2025 16:52
O presidente Lula criticou nesta quinta-feira (14) a decisão do governo dos Estados Unidos de cancelar os vistos de autoridades envolvidas na criação do programa Mais Médicos. Em discurso na inauguração de uma nova unidade da Hemobrás, em Pernambuco, ele classificou a iniciativa como injusta e motivada por interesses ideológicos.
A decisão do Departamento de Estado americano, anunciada na véspera, atingiu Mozart Sales, do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, responsável pela organização da COP30. Segundo Washington, os dois colaboraram com um "esquema de exportação de trabalho forçado" promovido por Cuba durante a execução do programa. Foi a segunda leva de sanções da gestão Donald Trump neste ano. A primeira, em julho, mirou ministros do STF acusados de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula contestou as acusações. "O fato deles caçarem o Mozart foi por causa de Cuba. Então, é importante eles saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos", afirmou.
Em seguida, citou o fracasso americano na Invasão da Baía dos Porcos, em 1961, quando tentaram reverter a Revolução Cubana. Na sua avaliação, a pressão política americana e o embargo sobre a ilha são consequências da dificuldade em aceitar a derrota. "Os Estados Unidos fez uma guerra, perdeu. Aceite que perdeu e deixa os cubanos viverem em paz, deixa os cubanos viverem a sua vida. Não fiquem querendo mandar no mundo".
Mais Médicos
O presidente defendeu a permanência do Mais Médicos como resposta à falta de profissionais em regiões afastadas. "Mesmo para levar para a periferia mais violenta, é difícil você ter médico que quer ir. Tem prefeito que não pode nem pagar o salário de médico porque ninguém quer ficar confinado numa cidadezinha do interior, se o cara pode estar na capital", disse.
Lula também criticou a resistência interna ao programa. "Qual era a bronca dos médicos? É que tem uma parte elitista da saúde nesse país que acha que não falta médico. Agora, os prefeitos sabem que falta médico", afirmou. "É preciso que a gente tenha a noção da parte do Brasil que não precisa [de médicos] e da parte que precisa. E é o governo que tem que tomar a decisão".
Criado em 2013, durante a gestão de Dilma Rousseff, o Mais Médicos previa a contratação de profissionais estrangeiros, inclusive de Cuba, para atuar em municípios com carência de atendimento. O programa foi reformulado no atual governo para dar prioridade aos médicos brasileiros e aprofundar os critérios de seleção. O novo modelo não inclui a contratação de cubanos.
LEIA MAIS
JÚRI DE JORNALISTAS
Conheça o time de jornalistas que vota no Prêmio Congresso em Foco
Ocupação da Câmara
Medida Provisória
Motta endossa pacote de apoio a empresas impactadas por tarifas