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TENTATIVA DE GOLPE
Congresso em Foco
9/9/2025 15:09
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, elevou o tom nesta terça-feira (9) ao afirmar que seu partido pode "parar o Congresso" caso não avance a votação da proposta de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Eldorado, no dia em que o STF retomou o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus do núcleo central da trama golpista. No começo desta tarde, o relator do caso, Alexandre de Moraes, votou pela condenação dos oito.
Valdemar disse que já existe maioria para aprovar o projeto e defendeu que a medida seja "ampla, geral e irrestrita", incluindo o próprio Bolsonaro. "Se não votarem a anistia, nós vamos parar o Congresso. Hoje temos maioria para isso. Não queríamos dar prejuízo ao país, mas não temos outra arma", afirmou. Se a oposição paralisar o Congresso, projetos importantes como que isenta quem ganha até R$ 5 mil do Imposto de Renda deixarão de ser votados.
O dirigente rejeitou qualquer negociação para restringir o alcance do texto, como defende o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que articula uma versão mais limitada, voltada apenas à redução de penas dos presos pelo 8 de Janeiro.
Veja a íntegra da minuta do projeto de anistia do PL
Relação com o STF e críticas a Moraes
Questionado sobre a fala do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que chamou o ministro Alexandre de Moraes de "tirano", Valdemar disse que prefere não atacar integrantes do Supremo.
"Meu advogado me orientou a não atacar nenhum ministro. Temos que respeitar o Supremo, mas é uma loucura o que está acontecendo", afirmou, classificando a reação de Tarcísio como "natural".
Trump, bandeira americana e estratégia para 2026
Valdemar também comentou a presença da bandeira dos Estados Unidos na manifestação do último 7 de Setembro, na Avenida Paulista, criticada por setores bolsonaristas.
"Adorei quando vi a bandeira americana. Isso vai chegar ao Trump, para ele ver que o povo brasileiro não é contra os americanos, que os queremos do nosso lado, e precisamos dele hoje", disse.
Questionado sobre a estratégia eleitoral para 2026, o cacique afirmou que a prioridade do PL é a aprovação da anistia para reabilitar Bolsonaro. Caso o ex-presidente não possa concorrer, será ele próprio quem escolherá o substituto e o vice.
Crise interna e sucessão em São Paulo
Valdemar descartou a expulsão do senador Romário (PL-RJ), hostilizado em ato bolsonarista por não apoiar o impeachment de Moraes.
"Ele me explicou que sempre foi bem tratado pelo ministro e, por isso, não assinou. Temos que respeitar. O PL precisa dele para manter força no Senado", disse.
Sobre a possibilidade de sucessão no Senado por São Paulo, em caso de ausência de Eduardo Bolsonaro, Valdemar citou o vice-prefeito da capital, Ricardo Mello Araújo, como "boa ideia", além dos nomes de Marco Feliciano (PL-SP) e Cezinha de Madureira (PSD-SP).
A anistia defendida pelo PL é a mais abrangente já apresentada: perdoaria não apenas os envolvidos no 8 de Janeiro, mas também todos os investigados desde 2019 em inquéritos sobre ataques às instituições, incluindo o das fake news. Além de extinguir penas e processos, abriria caminho para que Jair Bolsonaro volte a disputar a Presidência em 2026, revertendo sua inelegibilidade atual. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defende outra proposta, com redução de pena apenas para os acusados de participação no 8 de Janeiro.
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