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LIBERDADE DE IMPRENSA
Congresso em Foco
16/10/2025 10:55
Cerca de 50 jornalistas deixaram o Pentágono na tarde dessa quarta-feira (15), em protesto contra as novas regras impostas pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos para o credenciamento e o trabalho da imprensa. O gesto coletivo, descrito pela agência de notícias Associated Press como "silencioso, mas histórico", simboliza a tensão na relação entre o governo Donald Trump e os principais veículos de comunicação americanos, que acusam o secretário de Defesa, Pete Hegseth, de tentar restringir o trabalho jornalístico sob o pretexto de segurança nacional. Com mais de 600 mil metros quadrados, o Pentágono é a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Por volta das 16h, caixas de documentos e pertences pessoais se acumulavam nos corredores do edifício. Repórteres carregavam cadeiras, copiadoras e pilhas de livros para o estacionamento, deixando para trás redações improvisadas que haviam ocupado por anos. "É triste, mas também estou muito orgulhosa da imprensa por termos permanecido unidos", disse Nancy Youssef, repórter da The Atlantic e correspondente no Pentágono desde 2007, que levou consigo um mapa do Oriente Médio. A declaração foi dada à Associated Press.
De acordo com a Associação de Jornalistas do Pentágono, as novas diretrizes representam uma "mensagem de intimidação sem precedentes". As regras limitam os espaços que os repórteres podem frequentar sem escolta oficial e determinam que eles assinem um documento reconhecendo que a divulgação de informações não autorizadas poderia prejudicar a segurança nacional, mesmo que o conteúdo não seja classificado como confidencial.
O que muda nas novas regras
O Pentágono afirma que a medida é apenas uma "atualização de senso comum" nos procedimentos de credenciamento, não uma tentativa de censura. Segundo o porta-voz Sean Parnell, os jornalistas "mantêm amplo acesso" às coletivas e canais de comunicação oficiais e não estão obrigados a consultar o governo antes de publicar reportagens.
Mas, na prática, as novas normas preveem a retirada das credenciais de quem divulgar informações que o ministério não tenha previamente autorizado, uma exigência considerada incompatível com o exercício do jornalismo investigativo.
O presidente Donald Trump defendeu publicamente o secretário de Defesa e classificou as novas regras como "bom senso". "Acho que ele considera a imprensa muito prejudicial à paz mundial. A imprensa é muito desonesta", afirmou, em tom de crítica aos veículos que o desafiam.
Trump mantém uma relação tensa com a mídia desde o início de sua carreira política. Nos últimos anos, moveu processos contra jornais e emissoras, negou credenciamento a repórteres e vetou perguntas de veículos como a ABC e o New York Times em eventos oficiais.
A reação ao gesto do governo foi ampla e inédita. Mais de 50 veículos, incluindo The New York Times, Washington Post, NBC News, Fox News e Newsmax, decidiram retirar seus profissionais do Pentágono até que as restrições sejam revogadas. Apenas a conservadora One America News Network (OANN) aceitou assinar o novo termo. Acadêmicos e organizações de defesa da imprensa afirmam que as regras de Hegseth podem abrir precedente para censura institucionalizada
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