Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Zanin vota contra prorrogação da desoneração da folha

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

ECONOMIA

Zanin vota contra prorrogação da desoneração da folha

Em julgamento no Plenário virtual, relator defende a preservação dos efeitos da lei e afirma que ampliar benefícios sem indicar impacto fiscal é inconstitucional.

Congresso em Foco

17/10/2025 | Atualizado às 14:33

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta sexta-feira (17) o julgamento que pode mudar o rumo da desoneração da folha de pagamento, medida que reduz encargos trabalhistas para empresas de 17 setores da economia e para municípios de pequeno porte. O relator do caso, ministro Cristiano Zanin, votou para suspender trechos da Lei 14.784/2023, por entender que o Congresso prorrogou o benefício sem apresentar estimativas de impacto fiscal, o que fere a Constituição.

A ação foi apresentada pelo presidente Lula, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), que argumenta que a prorrogação gera renúncia bilionária de receita e ameaça o equilíbrio das contas públicas. O processo, em análise no plenário virtual do Supremo, marca uma nova etapa na disputa entre o Executivo e o Legislativo sobre o alcance da responsabilidade fiscal.

Julgamento no Plenário virtual do STF prossegue até a próxima sexta-feira.

Julgamento no Plenário virtual do STF prossegue até a próxima sexta-feira. Ton Molina /Fotoarena/Folhapress

Criada em 2011, a desoneração da folha permite que empresas substituam a contribuição previdenciária de 20% sobre salários por uma alíquota entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. O modelo foi renovado várias vezes pelo Congresso. Em 2023, a lei estendeu o benefício até 2027 e reduziu a alíquota dos municípios com até 156 mil habitantes para 8%.

O presidente Lula vetou integralmente o projeto, mas o veto foi derrubado pelo Legislativo. O governo, então, editou a MP 1.202/2023, que previa reversão gradual da desoneração, e acionou o STF para exigir o cumprimento das regras de responsabilidade fiscal.

O voto de Zanin

Em seu voto, Zanin reafirmou que o Congresso não pode criar despesas ou renúncias sem indicar o impacto orçamentário e financeiro, conforme determina o artigo 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). "A criação de despesas obrigatórias e a renúncia de receitas sem a devida estimativa de impacto afrontam o princípio da sustentabilidade orçamentária", escreveu o ministro.

Para ele, a medida aprovada em 2023 pode gerar desajuste fiscal e esvaziar o regime fiscal sustentável, instituído pela Lei Complementar 200/2023. Por isso, determinou a suspensão dos artigos 1º, 2º, 4º e 5º da Lei 14.784/2023, até decisão final do Plenário.

O que muda na prática

Com a suspensão da lei, volta a valer o cronograma de reoneração gradual previsto na MP 1.202/2023, acordado entre governo e Congresso em 2024.

Na prática:

  • As empresas voltam gradualmente ao modelo de contribuição sobre a folha de salários;
  • As alíquotas aumentam de forma escalonada até 2027, quando a tributação retorna ao patamar integral;
  • Os municípios deixam de pagar 8% e voltam à alíquota normal de 20%, salvo nova decisão judicial ou alteração legislativa.

Zanin ressaltou que sua decisão não impede novas políticas de incentivo, desde que acompanhadas de estudos fiscais que garantam sustentabilidade orçamentária.

O relator propôs tornar definitiva a liminar concedida por ele no ano passado que suspendeu os dispositivos da lei, sem declarar sua nulidade, o que significa que os efeitos produzidos enquanto a norma esteve em vigor serão preservados. Segundo ele, essa medida evita insegurança jurídica e garante estabilidade às relações firmadas sob a legislação questionada.

"É imperiosa a declaração de inconstitucionalidade, impedindo que práticas semelhantes sejam adotadas no futuro, mas sem anular os efeitos já produzidos", afirmou.

O ministro também considerou prejudicado o agravo do Senado Federal, que havia pedido a reversão da liminar.

Próximos passos

O julgamento ocorre no plenário virtual e deve ser concluído na próxima sexta-feira (24). Até lá, os demais ministros poderão acompanhar o relator, divergir ou propor modulação, isto é, definir a partir de quando a decisão terá efeito.

Se o Plenário confirmar o voto de Zanin, a reoneração gradual continuará até 2027, e o STF consolidará o entendimento de que benefícios tributários sem compensação são inconstitucionais.

A desoneração da folha beneficia 17 setores que empregam cerca de 9 milhões de trabalhadores e representam 9% do PIB nacional, segundo o Ministério da Fazenda.

O governo estima que a prorrogação aprovada em 2023 custaria R$ 20,2 bilhões aos cofres públicos em 2025, sem fontes compensatórias.

Para Zanin, o STF deve exercer "controle rigoroso" sobre leis que afetam a arrecadação, reforçando o novo regime fiscal.

Setores afetados

  • Confecção e vestuário
  • Calçados
  • Construção civil
  • Call centers
  • Comunicação
  • Couro
  • Fabricação de veículos
  • Máquinas e equipamentos
  • Proteína animal (aves e suínos)
  • Têxtil
  • Tecnologia da informação (TI)
  • Tecnologia da informação e comunicação (TIC)
  • Transporte metroferroviário de passageiros
  • Transporte rodoviário coletivo
  • Transporte rodoviário de cargas
  • Jornalismo e radiodifusão
  • Obras de infraestrutura
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

reoneração da folha desoneração da folha folha de pagamento empresas cristiano zanin economia STF

LEIA MAIS

Descriminalização

Barroso cancela destaque e pede sessão virtual para julgar aborto

JUDICIÁRIO

Moraes rejeita ação do PT contra Tarcísio por articulação pela anistia

Responsabilidade do Estado

STF decide que Estado não indenizará ofensas feitas por parlamentares

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

DIA DO PROFESSOR

Parceria entre iFood e MEC concede benefícios para professores

2

LIBERDADE DE IMPRENSA

Jornalistas abandonam o Pentágono em protesto por restrição à imprensa

3

Educação

Governo abre 6,7 mil vagas para docentes em universidades federais

4

TRANSPORTE AÉREO

Motta pauta urgência da proibição de cobranças por mala de mão em voos

5

CPMI do INSS

CPMI ouve assessor da Conafer sobre fraudes no INSS

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES