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VIOLÊNCIA NO RIO
Congresso em Foco
29/10/2025 | Atualizado às 12:41
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta quarta-feira (29) que considera a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, a mais letal da história do estado, um "sucesso". Segundo ele, "de vítimas, só tivemos os policiais", em referência aos quatro agentes mortos durante a ação.
"Queria me solidarizar com as famílias dos nossos quatro guerreiros que ontem deram a vida para libertar a população. Aquelas foram as verdadeiras quatro vítimas que tivemos ontem. De vítima ontem lá só tivemos os policiais, e eu rogo a Deus pela vida desses policiais e pelo conforto às suas famílias", declarou.
Segundo o governador, 58 pessoas morreram na operação realizada na terça-feira. O número, no entanto, pode ser maior: moradores do Complexo da Penha levaram nesta manhã ao menos 72 corpos encontrados em uma área de mata até uma praça pública.
Governador fala em "guerra contra o Estado paralelo"
Durante a coletiva, Castro afirmou que a ação representou "um duro golpe na criminalidade", mas ressaltou que o Estado "não tem condições de vencer essa guerra sozinho".
"Nós temos a convicção que temos condições totais de vencer batalhas, mas sozinhos não temos condições de vencer essa guerra. Essa guerra é uma guerra contra um estado paralelo que cada dia vem se demonstrando mais forte, com poder bélico maior, com mais poderio financeiro e, sobretudo, aqui no Rio de Janeiro, usando esse poder bélico e esse poder financeiro para fazer quase que uma ocupação territorial."
Castro disse ainda que conversou com governadores e membros do governo federal e que "espera um foco de integração e de financiamento" da União.
"Esperamos do governo federal, sinceramente, um foco no Rio de Janeiro, um foco de integração, um foco de trabalho junto, um foco, inclusive, de financiamento, de nos ajudar nesse financiamento."
Críticas ao governo federal e à politização da segurança
Sem citar nomes, o governador rebateu declarações do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que afirmou não ter recebido pedido formal de ajuda do estado. Castro disse que não pretende transformar a crise em disputa política.
"O governador deste estado e nem nenhum secretário vai ficar respondendo, nem ministro, nem autoridade, nem ninguém que queira transformar esse momento numa batalha política."
Lewandowski havia se manifestado após o próprio governador afirmar que não foi atendido pelo governo federal.
"Todo aquele que quiser vir para cá no intuito de somar é bem-vindo. Os outros que querem fazer confusão, que querem fazer politicagem, o nosso único recado é: suma, ou soma ou suma, porque nós não precisamos nesse momento. Não é o que o cidadão fluminense quer", declarou Castro.
"Não bateremos boca com ninguém. Espero que todas as autoridades entendam que esse é o momento de união, onde temos uma grande oportunidade e, sinceramente, esperamos que essa oportunidade não vire um campo de batalha e não vire politicagem."
Críticas ao STF e à ADPF das Favelas
O governador voltou a criticar decisões judiciais que limitam operações em comunidades, especialmente a ADPF 635, conhecida como "ADPF das Favelas".
"Fiquei feliz nessa reunião com os governadores ao entender que todos eles percebem a importância de resolver o Rio de Janeiro, de como as situações, sobretudo de algumas ações judiciais, fizeram o Rio ser esse grande bunker de lideranças hoje."
Operação "legal e planejada", diz governador
Castro afirmou que a operação foi planejada e cumpriu mandados judiciais.
"Ontem foi uma operação de cumprimento de mandado judicial, mais de um ano de investigação, mais de 60 dias de planejamento, que incluiu o Ministério Público. Temos muita tranquilidade de defendermos tudo o que foi feito ontem e, de que caso alguém erre, também ficar à disposição da lei."
Ele disse ainda que todo o material apreendido será exposto com transparência e que não teme fiscalização.
"O Rio de Janeiro não tem medo nenhum de fiscalização, de responder ou de falar o que aconteceu."
O governador reforçou que o Rio não pode enfrentar o crime sozinho.
"Temos condições de vencer batalhas, temos condições de fazer o nosso papel, mas temos a humildade e a certeza de reconhecermos que essa guerra não será vencida sozinhos."
Castro encerrou a coletiva manifestando apoio às famílias dos policiais mortos.
Suspeitas
A megaoperação, batizada de Operação Contenção, mobilizou mais de 1.500 agentes e resultou na morte de mais de 120 pessoas, segundo fontes locais e entidades independentes, embora o governo estadual fale em 58 mortos.
A ação provocou forte reação de entidades de direitos humanos, que apontam possíveis execuções sumárias e ocultação de corpos, e levou o ministro Alexandre de Moraes a pedir à Procuradoria-Geral da República um parecer sobre o cumprimento das medidas da ADPF das Favelas.
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