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CÂMARA
Congresso em Foco
11/12/2025 | Atualizado às 13:55
A ex-senadora Heloísa Helena (Rede-RJ) está de volta ao Congresso Nacional depois de 18 anos afastada do Parlamento. Ela assume por seis meses a vaga do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), suspenso pelo Plenário da Câmara por quebra de decoro. A retomada do mandato recoloca em cena uma das figuras mais combativas da política brasileira — conhecida por enfrentar tanto o Centrão quanto seus próprios aliados, em embates que atravessaram o PT, o Psol e, agora, a Rede Sustentabilidade.
Nova integrante da bancada do Rio de Janeiro, Heloísa nasceu e construiu sua trajetória política em Alagoas, onde foi deputada estadual, vice-prefeita de Maceió e senadora. Foi no Senado, entre 1999 e 2007, que ganhou projeção nacional: primeiro como uma das principais lideranças da oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso; depois como voz dissonante dentro do PT, partido do qual seria expulsa em 2003 após votar contra a reforma da Previdência enviada pelo governo Lula.
A expulsão levou à criação do Psol, do qual Heloísa se tornou fundadora, primeira presidente e uma das lideranças mais influentes nos anos 2000. Em 2006, disputou a Presidência da República e terminou em terceiro lugar, com 6,85% dos votos válidos — desempenho que marcou o auge de sua popularidade eleitoral.
Apesar da notoriedade, não conseguiu retornar ao Parlamento nas disputas seguintes. Em 2013, após novos conflitos internos, deixou o Psol e ingressou na Rede Sustentabilidade, criada por Marina Silva. Mas também ali enfrentou divergências profundas, que eclodiram com força nas eleições internas deste ano.
Em abril, no 6º Congresso Nacional da Rede, a chapa Rede pela Base, ligada a Heloísa, venceu com 76% dos votos — a terceira derrota consecutiva da ala de Marina Silva. A divisão interna não é nova: Marina representa uma linha sustentabilista progressista, defensora da preservação ambiental em diálogo com o sistema político e econômico. Heloísa, por outro lado, lidera o ecossocialismo, que propõe ruptura com o modelo econômico vigente como condição para justiça ambiental e social.
Durante o congresso, militantes da chapa vencedora entoaram o coro: "A Rede que eu quero não votou no Aécio", lembrando o apoio de Marina a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da disputa presidencial de 2014.
Além de crítica do PT, Heloísa mantém um histórico de desavenças com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) — que também era o principal desafeto de Glauber. A ex-senadora já acusou o conterrâneo de usar o orçamento como instrumento de construção de poder político.
Glauber Braga, que ficará afastado por seis meses, afirmou estar tranquilo com a suplência. "Tenho confiança na trajetória e na militância da Heloísa", declarou o deputado.
Nas redes sociais, já havia se manifestado em defesa do colega, chamando-o de "guerreiro" e publicando um vídeo com a mensagem "Glauber fica". Com a chegada de Heloísa, a Rede terá quatro deputados: Lucas Abrahão (AP), Ricardo Galvão (SP) e Túlio Gadelha (PE). O partido atua no Congresso em federação com o Psol.
Formada em Enfermagem e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), aos 62 anos, ela mantém atuação forte em temas sociais, especialmente saúde pública, direitos das mulheres e justiça ambiental. Heloísa vem de cinco derrotas eleitorais desde 2014, período em que tentou sem sucesso se eleger senadora, deputada federal e vereadora no Rio de Janeiro.
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