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Congresso em Foco
18/12/2025 9:03
A Polícia Federal e a CGU deflagraram, nesta quinta-feira (18), uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga o esquema nacional de descontos associativos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.
De acordo com apuração da TV Globo, um dos alvos de mandados de busca e apreensão é o senador Weverton Rocha (PDT-MA). O parlamentar ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.
Também foi alvo da operação o secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, que foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada. Ele é considerado o número dois da pasta e foi chefe de gabinete do senador Weverton Rocha.
A Polícia Federal prendeu ainda Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", que já estava preso desde setembro por envolvimento no mesmo esquema. Outro preso foi Éric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidélis.
Ao todo, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares, todos expedidos pelo STF. As ações ocorrem nos Estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.
Segundo a PF, esta etapa da operação tem como objetivo aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário e ocultação e dilapidação de patrimônio.
Como funcionava o esquema
O esquema foi revelado em 23 de abril, durante a primeira fase da Operação Sem Desconto. Segundo as investigações, associações cobravam mensalidades irregulares, descontadas diretamente dos benefícios previdenciários, sem autorização dos aposentados e pensionistas.
Os valores eram retirados mensalmente como se os beneficiários tivessem se filiado a associações representativas, o que, na maioria dos casos, nunca ocorreu. Muitos segurados sequer tinham conhecimento dos descontos.
À época, o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, informou que as entidades envolvidas alegavam oferecer serviços como assistência jurídica, além de descontos em academias e planos de saúde, mas não possuíam estrutura real para prestar esses serviços.
Ao todo, 11 entidades foram alvo de medidas judiciais. Todos os contratos firmados entre essas associações e aposentados ou pensionistas foram suspensos.
A investigação provocou uma crise política no Ministério da Previdência. O então ministro Carlos Lupi (PDT) pediu demissão após o avanço das apurações. Ele foi substituído por Wolney Queiroz, que ocupava o cargo de secretário-executivo e hoje é o titular da pasta.
Em julho, o governo federal anunciou a devolução dos valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas. O ressarcimento está sendo feito em parcela única, sem ordem de prioridade.
Os beneficiários prejudicados terão até 14 de fevereiro de 2026 para solicitar a devolução dos valores.
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