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CORRUPÇÃO
Congresso em Foco
12/9/2025 | Atualizado às 9:37
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (12) dois dos principais alvos de um esquema de desvio de recursos da Previdência Social que pode ter causado um rombo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Foram detidos Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", apontado como lobista e "facilitador" da fraude, e o empresário Maurício Camisotti, suspeito de atuar como sócio oculto de entidades envolvidas.
De acordo com as investigações da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), associações e entidades de fachada cadastravam aposentados sem autorização e com assinaturas falsificadas, permitindo que mensalidades fossem descontadas diretamente dos benefícios pagos pelo INSS.
Os operadores do esquema pagavam propina a servidores do INSS para obter dados de beneficiários e facilitar a inclusão dos descontos. Para dar aparência de legalidade, criavam associações presididas por idosos, pessoas de baixa renda ou aposentados por incapacidade, muitas vezes usados como "laranjas".
Há registros de beneficiários que chegaram a ser filiados a mais de uma entidade no mesmo dia, com fichas repletas de erros de grafia idênticos, reforçando os indícios de fraude em série.
Prisões e mandados
Antunes foi preso em Brasília e levado para a Superintendência da PF no Distrito Federal. As investigações apontam que ele transferiu R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024. Camisotti foi detido em São Paulo.
Ao todo, a operação cumpriu dois mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal. As ordens foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça.
As diligências também atingiram o escritório e a residência do advogado Nelson Willians, na capital paulista.
Bens de luxo e ostentação
A PF apreendeu carros de luxo, incluindo Ferrari, Land Rover, Porsche, Mercedes e até um carro de Fórmula 1. O escândalo já havia provocado em abril a demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, quando surgiram os primeiros indícios da fraude. Também levou à queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.
A gravidade do caso levou o Congresso a instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o esquema e apurar responsabilidades. O depoimento dele na CPMI está marcado para a próxima segunda-feira (15). Na reunião dessa quinta-feira, a comissão aprovou a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do lobista.
Nota oficial
Em nota, o escritório de Nelson Wilians afirmou que o advogado tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua inocência.
"O advogado esclarece que tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência.
Nelson Wilians já afirmou, anteriormente, que sua relação com um dos investigados, seu cliente na área jurídica, é estritamente profissional e legal, o que será comprovado de forma cabal. Os valores por ele transferidos referem-se à aquisição de um terreno vizinho à sua residência, transação lícita e de fácil comprovação.
Ressaltamos que a medida cumprida é de natureza exclusivamente investigativa, não implicando qualquer juízo de culpa ou responsabilidade. O advogado permanece à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência."
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