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Congresso em Foco
29/11/2007 | Atualizado às 20:57
Foi encerrado agora há pouco no Senado o terceiro dia de discussões, em primeiro turno, da proposta que prorroga por mais quatro anos a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a PEC 89/07. Com isso, faltam mais duas sessões deliberativas em plenário antes de a matéria ir para a votação, como prevê o regimento da Casa.
Em mais um dia de divergências em relação ao assunto registradas na tribuna do plenário (e fora dela), o Congresso em Foco conversou com alguns senadores que se manifestaram durante a ordem do dia de hoje (29).
O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), publicamente favorável à prorrogação da cobrança – bem como à sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência da Casa, sendo o único senador a oferecer abertamente o próprio nome para ocupar a eventual vaga –, falou à reportagem sobre os ânimos do governo para aprovar a proposta ainda neste ano (caso isso não aconteça até 31 de dezembro, o governo ficará pelos menos os três primeiros meses de 2008 sem a arrecadação – cerca de R$ 40 bilhões anuais).
“Pelo que eu tenho visto, e em conversas com o líder [Romero Jucá – PMDB-RR], com o ministro José Múcio [Monteiro, PTB-PE], o governo está consciente das dificuldades, mas que será aprovada a [PEC] da CPMF”, resumiu o peemedebista. Já o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), confia na derrota do governo. "Independentemente de tendências, eu tenho – e não tenho o direito de revelar – pelo menos dois votos mais [contra a CPMF], seguros. São 34 agora, e isso garante, com certa folga, a vitória", garantiu.
Para Garibaldi, os governistas estão confiantes de que já têm o número de votos suficiente para votar a matéria o mais rápido possível. “Eles estão inclusive dispostos a votar logo. A princípio se dizia que o governo não iria votar para poder então realizar um processo de conversação, negociação, mas agora não. Há uma disposição de votar logo”, acredita.
Garibaldi foi diplomático ao comentar as sucessivas reuniões realizadas pela oposição, que teriam o objetivo de, por meio de uma atuação mais efetiva, angariar adesões contra o tributo. “Acho que a oposição está fazendo o que se espera: tentando ampliar o número de parlamentares que, aqui no Senado, votarão contra a CPMF”, finalizou, para concluir com referência histórica.
“É como já dizia Júlio César: ‘A sorte está lançada’”, brincou o senador, mencionando o grande imperador romano.
Império Romano
O senador Mão Santa (PMDB-PI) discorda de Garibaldi. “Até quando, Luiz Inácio, cantilenas vão zombar do povo?”, provocou o senador, bem ao seu estilo, repetindo seu já famoso bordão. Ele disse concordar com seu colega de legenda Jarbas Vasconcelos (PE), que diz ser sem fundamento o argumento do presidente Lula acerca do caráter fiscalizador da CPMF (leia).
“Estou totalmente de acordo com Jarbas Vasconcelos. Existe um grupo dentro do PMDB que é minoritário, mas nós estamos com o mesmo pensamento de independência, há muito tempo. Achamos que nosso compromisso é com o povo. O Senado não pode acabar sua sintonia com o povo”, afirmou Mão Santa à reportagem, também recorrendo ao Império Romano para legitimar seu discurso.
Para ele, a CPMF será "afundada" no plenário do Senado. "Nós vamos enterrar [a CPMF]. Vai ser o maior momento de grandeza deste Senado. Só um dilúvio pode mudar isso", exagerou.
“No maior senado da história do mundo, o romano, eles falavam assim: ‘O senado e o povo de Roma’. Nós devemos falar assim: ‘O Senado e o povo do Brasil. O povo’ do Brasil está com a taxa de imposto mais escorchante, imoral, ilegítimo, indecente, e que é provisório. De quatro em quatro anos é um campeonato de malandragem, de traquinagem, de corrupção”, concluiu, inspirado, o senador piauiense, o penúltimo a discursar antes do encerramento da ordem do dia.
Leomar Quintanilha (PMDB-TO), favorável à aprovação da PEC da CPMF, foi o último orador da sessão de hoje. (Fábio Góis)
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