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Congresso em Foco
30/7/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:33
Uma luta sem descansos contra ataques aos direitos conquistados. Como na votação da Medida Provisória 927 de 2020, sobre regras trabalhistas durante a pandemia, quando tivemos que defender as cotas de aprendizes e pessoas com deficiência, que correram riscos por conta da flexibilização na fiscalização do trabalho, proposta no texto original da medida. Apresentei uma emenda para aperfeiçoar o texto, mas felizmente o STF entendeu o erro desse dispositivo e retirou esse trecho da MP. Até porque, a efetividade da Lei de Cotas depende do fortalecimento da auditoria-fiscal do trabalho, responsável pela fiscalização do seu cumprimento.
Criamos a Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que conta com 219 parlamentares, e é mais um instrumento nosso para desenvolver propostas, políticas e ser ainda uma ferramenta onde todas essas pessoas se sintam representadas.
Como se não bastassem todos os desafios, a Frente Parlamentar solicitou informações ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos sobre a existência de minuta de Medida Provisória com o objetivo de estabelecer novas regras de divisão no percentual de vagas estabelecidas na Lei de Cotas.
Tais vagas seriam compartilhadas com jovens entre 15 e 18 anos de idade beneficiados por programas de admissão institucional e jovens com idades entre 18 e 29 anos que completam esses programas. O que deixa em risco a quantidade de vagas para os diversos seguimentos das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Não podemos concordar com a precarização da política de inclusão no mercado de trabalho. Lembrando, que o Plano de Contingência criado pelo próprio Governo Federal prevê, em seu item 3º, a "proteção do emprego e da renda".
É mais do que necessário divulgar informações, celebrar, preservar os ganhos, avançar nas conquistas e barra retrocessos. A Lei de Cotas não exige privilégios, mas o cumprimento do dever do Estado e de todos os cidadãos em garantir às pessoas com deficiência os mesmos direitos que os demais têm.
Ainda é preciso quebrar algumas barreiras do preconceito, que não enxerga a pessoa com deficiência como sujeito de direitos e um indivíduo capacitado de exercer suas atividades no ambiente de trabalho. É um trabalho diário e esta data é um marco importante, para a reflexão de uma sociedade igualitária.
E, 29 anos depois de sua promulgação, ainda representa as reivindicações de cidadania e participação em igualdade de condições a favor da inclusão plena na sociedade. Todos sabem da força e da visibilidade que temos quando estamos juntos na busca por direitos.
Cada vez mais vamos mostrar o quanto as pessoas com deficiência são capazes de superar seus limites, que têm talento, mas que precisam de oportunidades, investimentos e políticas públicas que sejam inclusivas.
*Tereza Nelma é psicóloga, deputada federal pelo PSDB de Alagoas e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Congresso Nacional.
> Pandemia traz ainda mais limitações para pessoas com deficiência

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