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Congresso em Foco
14/7/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:34
De nada adianta, por exemplo, ter milhões de seguidores se eles não representarem as personas ideais para o seu produto, seja ele qual for, e quando me refiro a produto, vale também para figura pública. No caso da política, e agora vou me direcionar mais a ela, porque é onde atuo neste momento, a reputação é o principal ativo. O fracasso eleitoral dos políticos tradicionais reflete a dificuldade de construção de reputação utilizando discurso generalista, já dizia meu professor de marketing político digital Marcelo Vitorino. Mas existem muitos outros erros além deste.
Adianta estar com milhões de seguidores se seu discurso atinge apenas 1% da sua base de fãs? Se apenas 5% desse número robusto é realmente engajado com a sua página? Ah, mas minha página não cresce! Sim, mas como estão seus posicionamentos? Quais são seus projetos? Eles chegaram a virar lei? Estão andando ou parados sem perspectiva de serem votados? São de fato relevantes para a sociedade? Você se posiciona no timing certo? Segue a recomendação da sua equipe de comunicação? Tem reservado uma verba para investir em impulsionamentos? E se determinada rede não crescer, mas tiver o público realmente envolvido? O que vale mais?
Importante lembrar que nenhuma das plataformas digitais existe para fazer filantropia. O próprio Facebook anunciou que o alcance orgânico vai morrer (se já não morreu). Será que serei compreendida se explicar que anúncios não são para gerar likes e fãs, mas construir reputação?
O objetivo desse texto é alertar. Métricas de vaidade medem a quantidade, não a qualidade. Ganhar seguidores é maravilhoso, ainda mais diante da pressão que nós profissionais dessa área sofremos para alcançar números expressivos, mas também podem ser uma ilusão, se o crescimento não significar público qualificado, engajado, envolvido. É importante estabelecer métricas que realmente meçam o valor e não a popularidade. Esta não é sobre audiência ou carisma, é sobre como uma marca ou personalidade será reconhecida.
Os tão desejados seguidores são apenas a ponta do iceberg, visível para todos. É um prato cheio para os inúmeros especialistas em marketing digital palpiteiros, que oferecem a fórmula mágica para inflar números com base na superficialidade, porque mexem com um lado muito sensível de nós: o ego. O ego (não o meu) é hoje meu principal cobrador. Trabalho para alimentá-lo. É que ele adora as métricas de vaidade, sabe como é?
*Diana Leiko é jornalista

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