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Congresso em Foco
8/6/2020 | Atualizado às 21:22
Já em relação aos 200 respiradores, o contrato previa que fossem entregues ao governo até o início de abril. Entretanto, no início do mês de junho, Santa Catarina recebeu apenas 50 aparelhos. Em depoimento à CPI, o atual secretário de Saúde, André Motta, ainda admitiu que os respiradores adquiridos por um valor acima do mercado não servem para o tratamento de pacientes de Covid-19. Motta disse que o governo buscava equipamento para serem utilizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), mas, os aparelhos modelo Shangrila 510S são úteis apenas para o transporte de pacientes, e não em UTIs.
Pedidos de impeachment
Carlos Moisés surfou na onda bolsonarista para se tornar uma das maiores surpresas das eleições de 2018. Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros desde 2016, o atual governador nunca tinha ocupado um cargo político. Dois dias antes das eleições, pesquisa do Ibope mostrava Moisés em quarto lugar na corrida para governador, com apenas 9% das intenções de voto. Mas, prometendo acabar com a corrupção e enxugar a máquina do Estado, além de afirmar ser o "governador de Bolsonaro", o bombeiro foi eleito com votação histórica de mais de 70% no segundo turno.
Porém, logo após as eleições, as atitudes, escolhas e rumos do governo de Moisés buscavam cada vez mais desvincular sua imagem do presidente Jair Bolsonaro. O resultado foi um racha com a ala estadual bolsonarista do PSL que passou a se posicionar contra o governador. Após a saída de Bolsonaro do partido, Moisés chegou a afirmar que o PSL passaria a ter "a cara do governador".
A relação azedou de vez durante a pandemia do coronavírus. No dia 18 de abril, o governador assinou, com outros governadores, uma carta aberta de apoio ao presidente do senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no enfrentamento ao coronavírus e contra as declarações de Bolsonaro contra ambos.
Pouco depois, no dia 25, Moisés fez um pronunciamento se dizendo estarrecido com as atitudes de Bolsonaro sobre a pandemia. Em resposta, o presidente afirmou que "esse Carlos Moisés, pelo amor de Deus, Se elegeu no meu nome. Mais um que se elegeu no meu nome. Passou a ser dono do estado, é outro país" e também que o governador tinha "medinho de sair às ruas e pegar o vírus".
Após o afastamento da imagem do presidente, Moisés se viu sozinho dentro do próprio partido e isolado politicamente. Houve inclusive um desentendimento com sua vice, Daniela Reinehr (sem partido), quando ela compartilhou um tweet da deputada Carla Zambelli (PSL), que criticava a construção de um polêmico hospital de campanha em Santa Catarina. O governador respondeu classificando a atitude de sua vice como "lamentável".
As críticas eram em relação ao elevado custo da obra, R$ 76 milhões, e também questionavam a lisura do processo licitatório. O Ministério Público a analisou o contrato e, posteriormente, foi cancelado pelo governo.
Sufocado pela Assembleia Legislativa, sem o apoio de nenhum deputado estadual e em meio a CPI dos respiradores, Moisés acumula cinco pedidos de impeachment desde o mês de janeiro.
O primeiro foi protocolado em janeiro, pelo defensor público Ralf Zimmer devido a concessão de aumento salarial para os procuradores do Estado, equiparando os vencimentos aos procuradores da Assembleia. O pedido embasado na prática do crime de responsabilidade foi arquivado em fevereiro, mas no mês de maio recebeu uma representação do deputado Ivan Naatz (PL) e foi novamente encaminhado para análise da Procuradoria Jurídica da Alesc, configurando o segundo pedido.
Em abril, dois outros pedidos foram protocolados por advogados do Movimento Direita Floripa. Os documentos se fundamentam nos decretos restritivos em função do novo coronavírus, alegando restrição ao funcionamento de setores da economia e contestando a instalação de um Hospital de Campanha em Itajaí, no litoral.
Após a instalação da CPI dos respiradores, foi protocolado em maio o último dos cinco pedidos de impeachment. De autoria dos deputados Maurício Eskudlark (PL), que é ex-líder do governo, e da deputada Ana Campagnolo (PSL), o pedido se fundamenta em três crimes de responsabilidade que teriam acontecido desde o início da pandemia. Restrição do direito de ir e vir dos cidadãos em função da quarentena imposta, a compra de 200 respiradores superfaturados e a instalação de um Hospital de Campanha na cidade de Itajaí. Por enquanto, todos os pedidos aguardam o parecer da Procuradoria Jurídica.
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