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Reforma ministerial pode ser saída

Congresso em Foco

28/6/2005 17:17

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Aguardado pelo Conselho de Ética da Câmara nesta terça-feira, o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), decidiu dar mais detalhes sobre o suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares aliados em troca de apoio ao governo no Congresso. Em nova entrevista à Folha de S. Paulo, publicada nesse domingo, Jefferson diz que os recursos do chamado "mensalão", supostamente pago a deputados do PP e do PL, vinham de estatais e de empresas privadas.

De acordo com o deputado, o dinheiro chegava a Brasília em malas e era distribuído pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o líder do PP, deputado José Janene (PR), e o publicitário Marcos Valério, de Belo Horizonte. Ao mesmo tempo em que poupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não teria conhecimento do caso, Jefferson volta a carga contra o ministro da Casa Civil, José Dirceu, o presidente do PT, José Genoino, e o secretário-geral do partido, Sílvio Pereira. Segundo ele, os petistas teriam participação na compra de deputados.

Acusado de comandar um esquema de corrupção nos Correios e no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Jefferson nega ter fitas que possam comprometer autoridades do governo ou outros deputados, mas assegura que vai detalhar o funcionamento do "mensalão" na sindicância da Câmara.

"Se você perguntar: 'Tem prova? Fotografou? Gravou?'. Não. Mas era conversa cotidiana na Câmara. Tenho a palavra e a vivência desta relação de dois anos e meio com o governo do PT", diz. "Depois do que eu já disse, se fizerem alguma coisa comigo, cai a República", completa.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida pelo deputado Roberto Jefferson à Folha de S. Paulo:

"Sei que o deputado José Janene (PP-PR) é um dos
operadores. Ele vai na fonte, pega, vem, é tido
como um dos operadores do 'mensalão"

De onde viria o dinheiro

"Vem de operações com empresas do governo e com empresas privadas. (...) Transferência de dinheiro à vista. Esse dinheiro chega a Brasília, pelo que sei, em malas. Tem um grande operador que trabalha junto do Delúbio, chamado Marcos Valério, que é um publicitário de Belo Horizonte. É ele quem faz a distribuição de recursos. Sei que o deputado José Janene (PP-PR) é um dos operadores. Ele vai na fonte, pega, vem, é tido como um dos operadores do 'mensalão'. Inclusive eu já vi o ministro Zé Dirceu (chefe da Casa Civil) muito irritado com ele porque ele se apresentava como 'operador do Zé Dirceu'. Ele também é um dos homens que constroem o caixa para repartição entre deputados do PP e do PL."


"Se você perguntar: 'Tem prova?
Fotografou? Gravou?'. Não"


Sobre as provas da denúncia

"Se você perguntar: 'Tem prova? Fotografou? Gravou?'. Não. Mas era conversa cotidiana na Câmara a repartição de mesada entre os deputados da base aliada, em especial o PL e o PP. Nunca ouvi falar do PMDB, e tenho certeza de que os deputados e os senadores do PT jamais receberam isso."


"Não tenho nenhuma fita. Não faço isso. Eu vou
(no depoimento desta terça) relatar fatos que vivi
neste ano e meses em que presido o PTB"


Sobre o depoimento de terça-feira

"A única fita que tenho é a da entrevista que a Folha gravou e que a Comissão de Ética da Câmara está pedindo. Não tenho nenhuma fita. Não faço isso. Eu vou (no depoimento desta terça) relatar fatos que vivi neste ano e meses em que presido o PTB. Das reuniões que tive com Genoino, Delúbio, Silvio Pereira (secretário-geral do PT), com o Zé Dirceu. Das conversas que tivemos tanto para construir a aliança do PTB com o governo quanto a aliança eleitoral do PT com o PTB. (...) Vou colocar claramente ao Brasil tudo o que vivenciei, tudo o que conversei, tudo de que tratei. Tenho a palavra e a vivência desta relação de dois anos e meio com o governo do PT."


" Os ministros foram covardes com o presidente. (...)
O presidente (quando ouviu o relato), foi como se alguém
dissesse 'olha ali a tua mulher com outro homem"


A reação dos ministros

"Os ministros foram covardes com o presidente. O ministro Palocci (Fazenda) sabia do 'mensalão' porque eu falei para ele. O ministro Walfrido (Turismo) errou por não ter dito ao presidente sobre o 'mensalão', porque eu falei com ele. O ministro Ciro (Integração) sabia. O Zé Dirceu, conversei com ele várias vezes sobre o "mensalão". Deixaram o presidente completamente desinformado de algo que viciou a relação do governo, e do comando do PT em especial, com a base aliada no Congresso. (...) Acho que os ministros traíram a confiança do presidente. Como pode ministros minimizarem, dizendo que não havia importância em minhas palavras, e ter essa explosão no Brasil quando a Folha as coloca para a opinião pública? Só eles não tinham dimensão da explosão que isso iria provocar? O presidente (quando ouviu o relato), foi como se alguém dissesse 'olha ali a tua mulher com outro homem'."


Paralisia na Câmara

"E nós estamos assistindo a uma crise de abstinência. O corpo mole é porque está faltando aquilo que o Delúbio sempre transferiu a líderes e presidentes da base: o dinheiro para pagar o exército mercenário, as bancadas de aluguel."


A reação de Delúbio

"Achei que ele foi fraco. Não teve como enfrentar a imprensa. O Genoino parecia um cão de guarda. Se alguém tentava uma segunda pergunta, o Genoino cortava. A meu ver, Delúbio não convenceu. Não esclareceu sua relação com os partidos que compõem a base do governo."
"Retirar a assinatura foi o meu maior erro. Depois que fiz isso, recrudesceu o noticiário contra o PTB. Eu entendi que foi uma armadilha do Zé Dirceu para mim".


A suposta "armadilha" de Dirceu

"Retirar a assinatura foi o meu maior erro. Depois que fiz isso, recrudesceu o noticiário contra o PTB. Eu entendi que foi uma armadilha do Zé Dirceu para mim. Recrudesceu o noticiário, e eu vi claramente a mão do governo. (...) Nas matérias que saíram na revista 'Época' e no 'Globo' no fim de semana seguinte. Violentamente contra mim e contra o PTB. Eu falei: 'Eu errei, eu me enfraqueci ao retirar a assinatura da CPI, e o Zé Dirceu armou essa arapuca para mim'. (...) Eu li agora que a PF identificou um esquema de corrupção nos Correios, no IRB e na Eletronorte. Vão colocar no nosso colo. Vão enterrar a CPI e, enterrando a CPI, é inquérito, e o delegado da PF está agindo politicamente. Ele só vem para cima do PTB. Aliás, numa violenta ilegalidade, porque, para investigar deputado federal, tem que ser Supremo, não pode ser juiz de primeiro grau.(...) Está havendo uma correria política da PF no Ministério da Justiça para tentar enfraquecer o que eu devo dizer ao Brasil. A PF faz tudo na correria para eu chegar de cabeça baixa à Comissão de Ética.


"Depois do que eu já disse, se fizerem alguma
coisa comigo, cai a República"


Temor pela própria segurança

"Não temo, não. Depois do que eu já disse, se fizerem alguma coisa comigo, cai a República. Creio em Deus. Rezo. E estou muito seguro de que estou fazendo bem tanto ao meu partido, lavando o rosto do meu partido, quanto à sociedade brasileira. Tenho certeza de que as coisas serão diferentes a partir de agora."


Leia ainda:
O que Jefferson já havia dito sobre o "mensalão"

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