Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Da sensação de impotência à prepotência

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Da sensação de impotência à prepotência

É esse momento trágico que uma boa parcela da população brasileira está vivenciando. Impotência, potência e prepotência.

Congresso em Foco

4/7/2018 10:40

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Afora os donos corruptos do poder, que são os que governam, dominam e parasitam o Estado perversamente desde 1500, é muito difícil encontrar algum brasileiro contente com a situação do país. O que predomina de forma generalizada é a angústia, o descontentamento, a indignação, a revolta, o grito por ética e justiça, por ordem e por progresso. Todos os injuriados somos contra as roubalheiras das oligarquias (econômicas e políticas) que governam a nação, a incompetência dos que nos gerenciam, o desperdício, a brutal desigualdade entre as pessoas, a falta de crescimento econômico sustentável, a baixa escolaridade do brasileiro. Nesses momentos de caos profundo é que aflora a sensação de impotência, que se dissemina por toda população. A impressão que se tem é de que, de tropeço em tropeço coletivo, nossa nave está indo muito mais para a Venezuela ou para o Haiti, que para a Escandinávia. Como o Brasil é governado não para o povo (para o todo), mas sim para as oligarquias gananciosas que regem nosso destino (oligarquias econômicas, políticas, financeiras e administrativas), o sentimento de pertencimento dos brasileiros a uma comunidade é tão raso quanto a profundidade de um pires. Não nos sentimos corresponsáveis pelo país. As políticas reinantes não são inclusivas, ou seja, o poder não é compartilhado. Os interesses privados dos donos corruptos do poder (dos que nos roubam diuturnamente) não se alinham, salvo em raríssimos momentos, com os interesses públicos de todos (leia-se, do bem comum). Nos países cleptocratas (que contam com governos ladrões), os segmentos excluídos oscilam entre (1) a servidão, (2) a indisciplina (descumprimento contínuo das normas, anomia), (3) a descrença nas instituições e nos valores que elas representariam e (4) a revolta (que frequentemente se transformam em rebeliões). Da descrença nas instituições (políticas, econômicas, jurídicas e sociais) emerge o sentimento de impotência, acompanhado de desesperança, desânimo, tristeza, medo, desinteresse, ansiedade, inquietude e tensão. Esse quadro agrava, naturalmente, a depressão (o Brasil é o 5º país mais deprimido do mundo, diz Calligaris), que gera profundo desinteresse (sobretudo de participar da vida política do país). Aqui está a explicação para o seguinte: 59% dos eleitores dizem que vão votar em branco, nulo ou ainda não têm candidato a presidente da República (CNI-Ibope). Quando a força simbólica das instituições (programadas para transmitirem segurança, estabilidade, tranquilidade) se minguam, o povo vai se sentindo cada vez mais diante de uma "perda da consistência simbólica" (o Estado já não funciona ou não funciona de forma minimamente aceitável). Atingido esse desesperador estágio (de impotência absoluta), o imaginário do cidadão (e da coletividade) pede qualquer coisa que para ele tenha o significado de salvamento próprio e/ou do grupo social (recuperação da sua identidade perante si mesmo e perante a coletividade). Quando o cidadão alcança níveis insuportáveis de descrença (e de impotência), diante da perda da consistência simbólica das instituições, o que ele mais deseja é um Estado radical, um pai severo, um professor com pulso firme, uma autoridade de mão dura, um sofrimento cruel, um castigo violento. Daí nascem as demandas para a intervenção (golpe) militar e posturas políticas extremadas, radicais (típicas da nova direita fundamentalista). No fundo, o cidadão quer recuperar o seu self (ou seja: sua identidade perante si mesmo e perante a sociedade). Quando o cidadão perde a ideia da garantia simbólica, corre para soluções imaginárias prepotentes, drásticas, radicais, fundamentalistas, severas, exorbitantes. Da sensação de impotência se passa para o extremo da prepotência rapidamente. É esse momento trágico que uma boa parcela da população brasileira está vivenciando. Impotência, potência e prepotência.
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

corrupção golpe Venezuela autoritarismo Haiti Escandinávia radicalismo Calligaris CNI-Ibope

LEIA MAIS

OPERAÇÃO POLICIAL

Gabinete do deputado Júnior Mano é alvo de operação da PF

EX-PRESIDENTE DA ARGENTINA

Lula visita Cristina Kirchner, em prisão domiciliar na Argentina

OPERAÇÃO OVERCLEAN

Félix Mendonça Jr. nega ligação com esquema de desvio de emendas

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

Eleições partidárias

Edinho Silva é eleito o novo presidente nacional do PT

2

Redes sociais

Veja reações de autoridades à postagem de Trump defendendo Bolsonaro

3

OPERAÇÃO POLICIAL

Gabinete do deputado Júnior Mano é alvo de operação da PF

4

PT

Guilherme Sigmaringa vence eleição e vai comandar PT do DF até 2029

5

AGENDA DA SEMANA

Congresso vai receber 5 ministros e Galípolo nesta semana

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES