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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Vinícius Sousa
27/9/2017 15:08
[fotografo]Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil[/fotografo][/caption]Em contrapartida, é comum vermos notícias relativas a escândalos ou manobras para fazer uso político dessas instituições. É o caso da Fundação Ulysses Guimarães, ao qual o PMDB tem cogitado sua extinção para fugir de investigações do Ministério Público, após tentarem extrair R$ 5 milhões do caixa da instituição.
Mesmo que em proporções diferentes, situações desse tipo se aglomeram. E, em certa medida, tais circunstâncias são facilitadas por dispositivo da Lei dos Partidos que possibilita que as fundações revertam para outras atividades partidárias o restante de recursos que não foram utilizados. Ou seja, avalizar isso os incentiva a agirem com austeridade não pelo bem público, mas para garantirem mais repasses de dinheiro para as atividades principais do partido. Em decorrência disso, essas fundações, em sua maioria, não têm servido na busca por inovações para as siglas, por meio do fomento de estudos e pesquisas.
Concomitantemente, o jornal O Estado de S. Paulo apresentou no ano passado estudo que aferia que essas estruturas financiadas pelo fundo partidário têm servido para empregar políticos sem mandato, em especial os ditos "caciques". Questões como essa prejudicam a imagem e a reputação das fundações, que já convivem com a descredibilidade crescente das respectivas siglas. Em 2015, números apresentados pelo Índice de Confiança Social, produzido pelo IBOPE, atestam que os partidos são as instituições que mais perdem a confiança dos cidadãos, por conta dos casos de corrupção recorrentes.
Diante da falta de credibilidade das legendas e da inapetência das suas fundações, o debate tende a dar mais enfoque a contribuição dos movimentos suprapartidários, que dialogam melhor com os jovens, produzem mais conteúdos informativos e interativos e sabem coordenar, de forma eficaz, ações de engajamento político, tanto presenciais quanto virtuais. Com isso, manifestações pedindo a legalização das candidaturas avulsas e independentes podem aumentar, considerando que muitos desses movimentos a apoiam. Como exemplo, o movimento Nova Democracia apresenta que tal medida serviria para oxigenar o sistema, engessado pelo fisiologismo e disfuncionalidade das siglas vigentes.
A reforma política em tramitação no Congresso é um recado claro para a sociedade de que a classe política não tem dado importância para a formação de novos quadros políticos. Como resposta à baixa confiança da sociedade nos partidos, seus correligionários têm buscado formas de seguir no jogo e não perderem espaço, ao invés de fortalecerem suas bases ideológicas e aumentarem sua militância. A pouca importância dada ao papel das fundações é apenas reflexo disso.
A sociedade precisa cobrar ações mais eficazes, públicas e transparentes por parte dessas instituições. Se elas não têm servido para educar e doutrinar a militância e simpatizantes, é imperativo que as autoridades prossigam com investigações e tomem providências, a fim de aumentar as punições por desvios de finalidade. Afinal, é dinheiro público investido - e não é pouco.
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