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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Jean Paul Prates
19/3/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:02
![Paulo Guedes e Jair Bolsonaro [fotografo]Isac Nóbrega/PR[/fotografo] Paulo Guedes e Jair Bolsonaro [fotografo]Isac Nóbrega/PR[/fotografo]](https://static.congressoemfoco.com.br/2020/11/46875598015_497561c415_c.jpg) 
 
 A partir de agora, seremos esmagados por um "subteto do teto", que ativará gatilhos quando a despesa obrigatória superar 95% da despesa sujeita ao teto. Traduzindo: mais cortes, congelamentos de servidores, encolhimento da capacidade de atender demandas básicas da população.
Graças à mobilização da sociedade organizada e de parlamentares comprometidos com a maioria, o estrago ficou menor do que pretendiam Bolsonaro, Paulo Guedes e seus apoiadores. Barramos, por exemplo, a proibição de vinculação de qualquer receita pública a fundos específicos.
Mas isso não significa que os fundos estão a salvo da sanha fiscalista de Bolsonaro e Guedes. Na última terça-feira (16), o Partido dos Trabalhadores e a Rede ingressaram com ação para que o Supremo Tribunal Federal considere inconstitucional e suspenda imediatamente os efeitos de um trecho da PEC 186 relacionado ao uso de fundos públicos para pagamento da dívida pública.
Os partidos querem impedir que os recursos desses fundos - cerca de R$ 61,6 bilhões deixem de ser aplicados em programas sociais e sirvam, em vez disso, para o pagamento da dívida pública.
Esse risco, ressalte-se, foi resultado de uma jogada da Mesa da Câmara, que, por conta própria, alterou a redação do que foi aprovado pelo Plenário daquela Casa.
Com os servidores e servidoras a PEC 186 foi especialmente cruel. É verdade que conseguimos derrubar a possibilidade de redução de jornada e de salário de 25% - mas essa ameaça ainda paira, inscrita na PEC da Reforma Administrativa, que ainda será votada.
Mas já estão valendo os gatilhos para congelamento geral de salários, a impossibilidade de novos concursos públicos, de alteração de estrutura e de criação de novas despesas. Estudos apontam que o disparo desses gatilhos - quando a despesa atingir 95% da receita - deva ocorrer em 2024 ou 2025, na esfera federal.
No contexto atual do desmanche político do atual governo e da crise sanitária, 2024 pode parecer um futuro distante - que país seremos daqui a três anos? Mas convém lembrar que também em 2021 os servidores estão submetidos ao congelamento salarial imposto pela Lei Complementar 173, de maio de 2020.
No caso de estados e municípios, a tesourada é mais imediata. Meu Rio Grande do Norte, além do Rio Grande do Sul e Minas Gerais já estão com as despesas correntes em patamares superiores a 95% da receita. Nesses estados, portanto, os gatilhos já poderiam ser impostos. E, ainda que a EC 109 "faculte" aos chefes dos executivos estaduais a aplicação dos gatilhos, o texto aprovado determina que a União deixe de prestar garantias a esses estados.
Sim, era para ser a PEC do auxílio emergencial, mas- mais uma vez - o governo vendeu gato por lebre à sociedade. O nome disso é trapaça e este é o substantivo da vez.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
> Leia mais textos do autor.
A partir de agora, seremos esmagados por um "subteto do teto", que ativará gatilhos quando a despesa obrigatória superar 95% da despesa sujeita ao teto. Traduzindo: mais cortes, congelamentos de servidores, encolhimento da capacidade de atender demandas básicas da população.
Graças à mobilização da sociedade organizada e de parlamentares comprometidos com a maioria, o estrago ficou menor do que pretendiam Bolsonaro, Paulo Guedes e seus apoiadores. Barramos, por exemplo, a proibição de vinculação de qualquer receita pública a fundos específicos.
Mas isso não significa que os fundos estão a salvo da sanha fiscalista de Bolsonaro e Guedes. Na última terça-feira (16), o Partido dos Trabalhadores e a Rede ingressaram com ação para que o Supremo Tribunal Federal considere inconstitucional e suspenda imediatamente os efeitos de um trecho da PEC 186 relacionado ao uso de fundos públicos para pagamento da dívida pública.
Os partidos querem impedir que os recursos desses fundos - cerca de R$ 61,6 bilhões deixem de ser aplicados em programas sociais e sirvam, em vez disso, para o pagamento da dívida pública.
Esse risco, ressalte-se, foi resultado de uma jogada da Mesa da Câmara, que, por conta própria, alterou a redação do que foi aprovado pelo Plenário daquela Casa.
Com os servidores e servidoras a PEC 186 foi especialmente cruel. É verdade que conseguimos derrubar a possibilidade de redução de jornada e de salário de 25% - mas essa ameaça ainda paira, inscrita na PEC da Reforma Administrativa, que ainda será votada.
Mas já estão valendo os gatilhos para congelamento geral de salários, a impossibilidade de novos concursos públicos, de alteração de estrutura e de criação de novas despesas. Estudos apontam que o disparo desses gatilhos - quando a despesa atingir 95% da receita - deva ocorrer em 2024 ou 2025, na esfera federal.
No contexto atual do desmanche político do atual governo e da crise sanitária, 2024 pode parecer um futuro distante - que país seremos daqui a três anos? Mas convém lembrar que também em 2021 os servidores estão submetidos ao congelamento salarial imposto pela Lei Complementar 173, de maio de 2020.
No caso de estados e municípios, a tesourada é mais imediata. Meu Rio Grande do Norte, além do Rio Grande do Sul e Minas Gerais já estão com as despesas correntes em patamares superiores a 95% da receita. Nesses estados, portanto, os gatilhos já poderiam ser impostos. E, ainda que a EC 109 "faculte" aos chefes dos executivos estaduais a aplicação dos gatilhos, o texto aprovado determina que a União deixe de prestar garantias a esses estados.
Sim, era para ser a PEC do auxílio emergencial, mas- mais uma vez - o governo vendeu gato por lebre à sociedade. O nome disso é trapaça e este é o substantivo da vez.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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