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Congresso em Foco
8/11/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:31
Enquanto restrito às cartas e aos pronunciamentos, a preocupação da sociedade civil ecoava de forma pontual nas redes sociais. Com a vinda da pandemia, crise econômica, limitação de mobilidade e reiterados posicionamentos contraditórios do poder executivo, o que antes era taxado de "pauta de ambientalista radical", se transformou na indiscutível diretriz para toda e qualquer política pública. Principalmente, em referência à recuperação econômica e social do país no pós-pandemia. A união entre a sociedade civil e o setor privado, e de ruralistas com ambientalistas - até então incomum - aconteceu em toque de caixa. Este ajuntamento contra as polêmicas afirmações em torno do meio ambiente fortaleceu o discurso ambientalista como uma pauta prioritária à população.
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Não obstante, o poder legislativo se organizou para trabalhar a "pauta verde", priorizando projetos que reforçam sua contribuição para que o país siga no caminho correto. Dentre os projetos prioritários foram elencados o PL 3691/20, sobre emergência climática e metas de neutralização das emissões de gases de efeito estufa no Brasil até 2050; o PL 7578/17, sobre o patrimônio verde e atividades de conservação florestal; e, o PL 3337/19, que trata sobre o agravamento de penas contra o desmatamento ilegal. Ademais, essa pauta foi impulsionada com a aprovação do Protocolo de Nagoia, já em consequência de pressão internacional sobre medidas práticas oriundas do governo brasileiro.
Por parte do poder executivo foram publicados mais de 195 atos normativos no primeiro semestre de 2020 com o intuito de desburocratizar, simplificar e atualizar o escopo legal em torno do meio ambiente. O Decreto nº 10.455, de 11 de agosto de 2020, teve como objetivo reestruturar as competências e a quantidade de secretarias do Ministério do Meio Ambiente. Mais recentemente, a Portaria nº 524, de 1º de outubro de 2020, criou o grupo de trabalho para analisar os ganhos de eficiência no caso de uma eventual fusão do Ibama com o ICMBio - seguindo o mesmo racional de proporcionar um ganho de eficiência dos órgãos de fiscalização ambiental.
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Apesar de algumas movimentações terem sido questionadas e serem levantadas dúvidas quanto à seriedade dos resultados esperados, o fato é que o senso de preservação é prioritário para nossa comunidade. Por mais complexa que tenha se tornado a nossa organização social, e pelos diferentes níveis de responsabilidade que cada cidadão possa se comprometer, o engajamento a favor do meio ambiente foi impulsionado pelas constantes mudanças de postura do poder Executivo perante esta pauta, agora prioritária e não mais negociável. Com a pandemia e todos os percalços ocorridos ao longo de 2020, a fiscalização social aumentou e a opinião pública tem logrado êxito com sua pressão sobre as atitudes do governo.
*Ana Paula Abritta é Gerente de Relações Governamentais da BMJ Consultores Associados.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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