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Por que jovens na política incomodam tanto?

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30/9/2019 | Atualizado às 7:48

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"Onde o discurso de Greta tem a ver com a sua vida sexual? O machista não se contrapôs, não contra-argumentou ao que ela disse. Não. Ele tentou desqualificá-la da pior maneira possível", escreve Pedro Gorki[fotografo]Reprodução/Youtube[/fotografo]
Pedro Gorki * Fomos surpreendidos na semana passada pelas declarações do apresentador do programa de rádio "96 Minutos" Gustavo Negreiros, da 96 FM, uma emissora de Natal (RN). Ele afirmou que uma menina de 16 anos é histérica, que "está precisando de um homem, de um macho ou de uma fêmea, pois ela precisa de sexo porque é uma mal amada". Na ocasião também acusou a jovem de fumar maconha. Ainda sobrou para jornalistas que, segundo Negreiros, gostam de porcaria. > Brasileira na ONU diz que mundo depende de jovens e indígenas (vídeo exclusivo) Tudo isso, porque Greta Thunberg, 16 anos, ativista, fez um discurso duro em defesa do meio ambiente e criticou os dirigentes das principais nações do mundo, em evento paralelo à Conferência da ONU. Greta Thunberg foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz e já discursou em eventos internacionais como a COP24, a Conferência do Clima da ONU e no Fórum Econômico Mundial. É vegana e portadora de Síndrome de Asperger, um tipo de autismo. Foi a criadora do Fridays for Future, um movimento global de estudantes em prol do meio ambiente que já contou com a participação de mais de 1,5 milhão de jovens em mais de 100 países. O que está por trás desse discurso machista, misógino, raivoso e cheio de ódio do apresentador Gustavo Negreiros? Pode-se discordar do discurso de Greta, pode-se argumentar que há patrocinadores com interesses inconfessos apoiando a menina, pode-se discordar que existam eventos paralelos à Conferência da ONU. Mas não é possível ficar calado diante de um ataque como o feito por Negreiros. Porque ele não atacou apenas Greta. Ele atacou todas as mulheres e meninas que lutam por seus ideais. Ele atacou a juventude porque acha que ela não tem o direito à palavra, não tem direito a opinar. Onde o discurso de Greta tem a ver com a sua vida sexual? O machista não se contrapôs, não contra-argumentou ao que ela disse. Não. Ele tentou desqualificá-la da pior maneira possível. Não buscou argumentos para debater meio ambiente com ela. Falou sobre seu corpo, sua sexualidade. Para essa criatura, jovens e mulheres não têm o direito de opinar e de ocupar o espaço público. Nós, que representamos os estudantes brasileiros, repudiamos de forma veemente essas declarações, esse comportamento desrespeitoso e nos sentimos como Greta se sentiria se ficasse sabendo que, no Brasil, em pleno século 21, um radialista usa uma concessão pública para atacar com seu ódio misógino quem defende um mundo mais justo. Nos sentimos atingidos e no direito de reafirmar que esse tipo de declaração não nos calará nem nos colocará na defensiva. Vamos continuar denunciando as injustiças, lutando pelo meio ambiente, pela educação de qualidade e pelos direitos da juventude e das mulheres. Felizmente, a reação da sociedade às infelizes declarações foi forte e rápida. As empresas retiraram o patrocínio ao programa, o apresentador foi demitido e temos a opinião de que deveria ser processado, porque foi muito além do direito à liberdade de expressão. A Associação de Juristas Potiguares pela Democracia e Cidadania (AJPDC) veio a público por meio de uma nota, repudiar a fala de Negreiros, que também é advogado. Diz a nota que "a fala misógina disfarçada de opinião evidencia a necessária e urgente desconstrução dos estereótipos machistas e o debate sobre a discriminação da mulher na sociedade, especialmente, no nosso país". Esse episódio de preconceito geracional e misoginia tem que ser pedagógico e ensinar pra Natal e pro Brasil que o povo não aceita mais essas atitudes. Sabemos que esse não foi o primeiro caso de machismo na mídia, mas nossa batalha e pressão é pra que seja o último. * Pedro Gorki é presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes). > As sete mentiras antiambientais de Bolsonaro na ONU > Entre agora no Catarse para colaborar  com o jornalismo independente
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