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Congresso em Foco
3/3/2008 | Atualizado às 23:48
Em entrevista coletiva encerrada há pouco, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, destacou que o Brasil trabalha para acabar com o confronto entre Colômbia e Equador. "A situação é grave. Qualquer violação de integridade territorial é muito grave... É condenável", disse, acrescentando que o Equador suspendeu as relações diplomáticas com a Colômbia. A informação chegou ao chanceler uma hora antes do início da coletiva.
Amorim repetiu diversas vezes que o Brasil tem interesse na paz da região, e que conversou com diversos ministros sul-americanos e com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a crise diplomática.
O conflito entre os dois países sul-americanos começou no último sábado, após uma operação militar na fronteira entre a Colômbia e o Equador, que resultou na morte do porta-voz e número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes. O guerrilheiro foi morto pelo exército colombiano em território do Equador.
Segundo Amorim, o presidente Lula conversou por telefone com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe; e com o presidente equatoriano, Rafael Correa, "com o objetivo de buscar alguma convergência possível".
O Chanceler ressaltou que um pedido de desculpas "mais explícito" do governo colombiano ao Equador pode ajudar na solução do confronto. "O Equador considerou insuficiente o pedido de desculpas da Colômbia", explicou.
Ontem, o chanceler colombiano, Fernando Araújo, pediu desculpas pela invasão, destacando que o governo de seu país classificou a operação como uma "ação em que se viu obrigado a se adiantar na zona de fronteira". Segundo ele, o governo Uribe não teve a intenção de violar a soberania da "irmã República do Equador".
Por sua vez, o presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciou ontem, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, a expulsão do embaixador da Colômbia, Carlos Holguín. "O Equador foi agredido por parte de um governo estrangeiro, situação extremamente grave e intolerável", disse. "Essa é a mais grave agressão que o governo do presidente Uribe ocasionou ao Equador. Não permitiremos que isso fique impune", complementou.
OEA
O ministro brasileiro destacou que a OEA é o foro adequado para discutir o impasse, uma vez que tem normas jurídicas "mais acabadas" sobre o tema. Amanhã (4) ocorrerá uma reunião de embaixadores da OEA, em Washington (capital dos Estados Unidos), para tratar do assunto.
Para ele, a criação de uma comissão internacional de investigação, além da visita aos dois países por parte do secretário-geral da OEA, podem ajudar na solução do confronto. Amorim explicou que os dois lados dão versões diferentes para o episódio. Apesar de reconhecerem a invasão, os colombianos destacam que avançaram cerca de 10Km no território equatoriano por legítima defesa e combate ao terrorismo.
Já o Equador afirma que a invasão foi planejada, uma vez que os colombianos sabiam que o porta-voz das Farcs estava em território equatoriano. Amorim explicou que os tratados de relações internacionais atenuam as invasões territorias nos casos de legítima defesa e "perseguição quente". Contudo, cabe ao invasor o ônus da justificativa.
Participação do Brasil
O chanceler brasileiro classificou de "muitíssimo remota" a possibilidade de o Brasil se envolver em um conflito armado, devido à crise entre Colômbia e Equador. "Não creio que será necessária", resumiu. Amorim também destacou que a movimentação de tropas brasileiras para a região não foi tratada na reunião desta manhã do conselho político, no Palácio do Planalto, que discutiu o confronto entre os países vizinhos. Segundo ele, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não participou do encontro.
"Queremos a paz no continente", disse, ressaltando que o Brasil mantém boa relações com Colômbia e Equador, e que o governo brasileiro adotará uma postura neutra no impasse.
Venezuela
Celso Amorim evitou falar sobre a participação da Venezuela no conflito, afirmando apenas que não teve contato com o chanceler venezuelano. "Os envolvidos são Colômbia e Equador", resumiu.
Após a invasão do Equador, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, criticou seu colega colombiano, que é aliado dos Estados Unidos. Chávez determinou o enviou de tropas para a fronteira com a Colômbia, além do fechamento da embaixada venezuelana em Bogotá. (Rodolfo Torres)
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