Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. O recado das urnas: o Brasil (ainda) quer mudanças

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

O recado das urnas: o Brasil (ainda) quer mudanças

Congresso em Foco

1/11/2014 | Atualizado às 10:52

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

"Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam." Antoine de Saint Exupéry

O Brasil que se cuide. A reeleição da presidente Dilma Rousseff já teve a primeira consequência prática na vida do país: o aumento da taxa de juros, a Selic, de 11% para 11,25%, apenas quatro dias depois de conhecido o resultado das urnas. O Copom - Comitê de Política Monetária -, órgão do governo que decide essa questão, deu logo o recado de que tudo continua "como dantes no quartel d'Abrantes", como se dizia antigamente. Em outras palavras, para combater a inflação em alta, nada como uma boa e velha elevação da taxa de juros, tudo que o PT e seus aliados mais condenavam quando integravam a oposição. Esse é um sinal de que pouca coisa vai mudar nos próximos quatro e últimos anos do governo Dilma. Medidas desse tipo são a marca registrada da política econômica casuística de nossa presidenta, que levou o país à situação atual de crise e de falta de confiança interna e externa. Mesmo assim, dirão, Dilma foi reeleita com mais de 54 milhões de votos, o que demonstra que ainda tem a aprovação da maioria da população brasileira para mandar e desmandar - principalmente desmandar - na gente. Será mesmo? São 54 milhões de eleitores de Dilma contra 51 milhões que votaram em Aécio Neves. O adversário da presidenta no segundo turno incorporou as ideias e propostas da oposição contra o petismo, que já domina o país há 12 anos e vai ficar por mais quatro no poder, até 2018. A meu ver, o que os 51,64% contra 48,36% demonstram é que o país está dividido, de modo que o poder conferido mais uma vez a Dilma não é absoluto. O recado das urnas não pode ser ignorado: quase a metade dos eleitores brasileiros repudia a forma de governar petista, movida a escândalos quase diários, como o da Petrobras, e cuja marca registrada é o assalto ao patrimônio público. Depois do mensalão, agora temos o "Petrolão", e entre eles acontecem aqui e ali várias falcatruas de menor repercussão. Exemplo delas é a recente edição da Medida Provisória 657, que prevê a nomeação do diretor-geral da Polícia Federal diretamente pelo presidente da República. Se a regra passar no Congresso - e passará -, dará a Dilma o controle absoluto da Polícia Federal, inclusive para impedir investigações de corrupção. Na outraponta, dos já julgados, assistimos aos condenados pelo mensalão deixarem a cadeia e irem para casa, com o beneplácito do nosso antes tão rigoroso e respeitado Supremo Tribunal Federal. Acredito que faltou à oposição responder, desde o primeiro turno, com um pouco mais de agressividade à selvageria desencadeada pelo PT contra os adversários. Os primeiros dos ataques dos militantes petistas foram direcionados a Marina Silva, com a intenção de tirar do caminho uma incômoda presença que chegou a ameaçar o favoritismo de Dilma, depois da morte do então candidato do PSB, Eduardo Campos. Depois veio a guerra suja, durante o segundo turno, contra Aécio Neves. Deflagrada nas redes sociais e nos horários da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, essa guerra foi tolerada pelo TSE durante toda a campanha. Aécio só conseguiu equilibrar a luta nos debates ao vivo na televisão, onde conseguiu responder à altura aos ataques pessoais que a candidata-presidenta lhe fazia. É que ali ela estava sozinha, sem a ajuda de marqueteiros para criar factoides eleitorais como na propaganda gratuita e nas entrevistas diárias no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada. Aliás, a atual legislação, que permite que presidentes, governadores e prefeitos continuem no cargo durante a campanha de reeleição, é um convite ao uso e abuso da máquina pública em favor do candidato governista. Foi o que vimos este ano, mais uma vez. Quando se fala em reforma política, esse é um tema a ser pensado: candidato à reeleição deve deixar o cargo, de licença ou não, pelo menos seis meses antes do pleito. É o que penso. O uso da máquina pública sem dúvida favoreceu a reeleição de Dilma. Durante toda a campanha, por exemplo, permaneceu no ar uma milionária - ou bilionária? -propaganda da Caixa Econômica Federal feita sob medida para ajudar a candidatura da presidenta. E o PSDB nem se tocou para o fato, que deveria ter sido motivo de representação ao TSE. O partido de Aécio cometeu outros erros que, nesses próximos quatro anos, se não forem corrigidos, resultarão em nova derrota no futuro. O primeiro é de responsabilidade do próprio presidenciável, que passou quase quatro anos evitando se comprometer com qualquer tema nacional, como o julgamento do caso do mensalão e a chegada da crise econômica, na ilusão de que três meses de campanha seriam suficientes para levá-lo à vitória. Outro cochilo do candidato tucano: em período já próximo da eleição, Aécio não fez campanha no Nordeste, onde o domínio petista, graças ao Bolsa Família, é notoriamente forte. O apoio de Marina Silva e da família Campos em Pernambuco foi pouco para ajudá-lo a ganhar votos na região. Pior ainda foi a derrota no seu próprio estado, onde Aécio governou por oito anos. Minas Gerais deu as costas para ele, primeiro ao derrotar seu candidato a governador, e depois negando-lhe os votos para superar Dilma e presenteando-a com uma votação inesperada. A fraqueza do PSDB no Rio de Janeiro, onde mais de 12 milhões de votos estavam em jogo e a oposição nem teve candidato ao governo, foi outro ponto decisivo para a derrota de Aécio. A par de tudo isso, a eleição de Dilma teve como principal eleitor o terrorismo espalhado pelas redes sociais, de que Aécio, se eleito, acabaria com o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, principais programas sociais e eleitorais do governo petista. A oposição não conseguiu combater com eficiência esses boatos, em razão do medo que todos têm de se opor a iniciativas como as desses programas, mesmo que seja para propor alternativa melhor para seus beneficiários e para o país, ou para fazer uma simples avaliação da eficácia deles, quanto a seu custo e benefício. O resultado das urnas teve uma vantagem: mostrou que grande parte do país não acredita no governo petista e quer mudanças. O recado já havia sido dado pelo povo brasileiro, que organizou manifestações contra a Copa do Mundo e contra os gastos astronômicos na construção dos estádios do Mundial de 2014, com inúmeras denúncias de faturamento e desvios de dinheiro público, injetado nas obras principalmente via BNDES. Isso, na campanha, também foi um ponto pouco explorado por Aécio Neves. O Brasil que sai das urnas de 2014 não é, apesar de tudo, o mesmo que saiu da primeira eleição de Dilma, em 2010. Embora reeleita, ela agora viu sua base de apoio na Câmara dos Deputados diminuir de 400 para 300 deputados, enquanto a oposição cresceu na mesma proporção. Tanto que a primeira derrota no Congresso já ocorreu, mesmo com a composição atual, na votação a respeito dos conselhos populares que a presidenta pretendia criar para dar palpite na administração do país. Trata-se de iniciativa demagógica - mais uma - do governo Dilma, que ainda vai ser examinada pelo Senado, mas que, ao que tudo indica, também será derrotada por lá, pois até mesmo o fiel aliado do PT e presidente da Casa, Renan Calheiros, é contra. Por fim, quero dizer que a esperança não morreu, embora o medo tenha vencido esta eleição. Vamos encarar os próximos três anos - o quarto já será o de nova eleição - como uma experiência política que nos levará, em 2018, a finalmente encerrar o ciclo petista de governo, depois de 16 anos e de quatro mandatos presidenciais. Acredito que uma coisa não vai mudar, e isso é importante para os concurseiros, qualquer que tenha sido o seu voto: os concursos públicos continuarão sendo realizados, e haverá milhares de oportunidades para que todos possam conquistar o seu feliz cargo novo! Mais sobre concursos Mais sobre eleições Assine a Revista Congresso em Foco
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

petrobras mensalão PT Dilma corrupção PSDB Eleições 2014 Aécio Neves petrolão

Temas

País

LEIA MAIS

LUTO

Autoridades lamentam morte de Sebastião Salgado

VÍDEO

"Quanto mais apanha, mais a mulher gosta", diz vereador em Capela (SE)

Vídeo

Polícia imobiliza homem-bomba que ameaçava explodir ministério

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

Justiça

Em audiência, Alexandre de Moraes ameaça prender ex-ministro

2

É cada uma

Deputado propõe "uivo coletivo" em audiência sobre proteção animal

3

JULGAMENTO NO STF

Nunes Marques vota por licença-maternidade igual para servidoras de SC

4

ELEIÇÕES 2026

Ex-desembargador que defendeu prisão de Moraes se filia ao Novo

5

Anistia

Comissão de Anistia reconhece 45 anistiadas e anistiados políticos

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES