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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Alfredo Sirkis
2/5/2013 | Atualizado às 14:48
 Embora num ambiente menos tenso que os das COP, sem a presença da mídia e supostamente num ambiente favorável ao diálogo e exploração de novas ideias o tom não é muito diferente. O Canadá e o Japão "ombream o alambrado" como diz o jargão rural gaúcho. O Japão não quer metas nem de redução nem de verbas. Aparentemente, quer garantir espaço de emissão para o crescimento que sua nova política de expansão monetária promete. O Canadá do ultradireitista Stephan Harper quer poder emitir mais e mais e acaba de se retirar da convenção sobre desertificação para não pagar mais uma contribuição de US$ 300 mil (!) que considera abusiva. O próprio Harper definiu sua política externa como uma fuck you policy, o que dispensa tradução.
Do lado "em desenvolvimento", a Índia continua sua habitual ladainha do direito "dos pobres" continuarem emitindo porque os ricos já o fizeram. Isso é um discurso particularmente curioso quando feito pela sua folclórica ministra do Meio Ambiente (que não veio a Bonn), com todas aquelas joias   tilintando e brilhando.
De qualquer maneira rolam, em geral nos bastidores, algumas ideias interessantes. Há uma preocupação com o que em idioma onuês se define  como equity, isto é, equanimidade. Discutem-se várias formulas para considerar as circunstâncias diferentes dos países na hora de definir o que devem ofertar de redução de emissões e o que podem ofertar ou receber, dependendo do caso, para mitigação e adaptação.
Há também crescente interesse nos mecanismos econômicos para viabilizar economias de baixo carbono.
Meu principal propósito para vir a essa reunião, representando as comissões de Relações Exteriores e de Mudanças Climáticas da Câmara e do Congresso, é realizar contatos para o Rio Clima 2013, a se realizar possivelmente em outubro, neste que seria o ano dedicado à economia do baixo carbono em torno daqueles cinco pontos definidos para a Rio + 20: PIB sustentável; fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e taxação do carbono - até o FMI já defende!; atribuição de valor econômico a serviços prestados pelos ecossistemas, o new deal verde; grande investimento público em emergias limpas; e uma nova ordem financeira dos baixo carbono.
Para além disso estou cada vez mais convicto que o sistema UNFCCC/COP é apenas o mínimo e mais amplo denominador comum do processo de negociações climáticas. Importa que consiga ir o mais longe possível, mas não irá tão longe quando a fechar a conta de carbono (bridge the gap) sozinho. Sobre esse denominador comum mínimo de consenso de 193 países será necessário construir uma estrutura de negociação dos grandes emissores para contemplar o serviço.
Só China e EUA já respondem por 40% das emissões, e menos de 15 países já responderiam por quase 80%. Tem que se trazer o clima para o fórum do G-20, para o Conselho de Segurança da ONU, para a Organização Mundial de Comércio (OMC) e para outros formatos de negociação que envolvam o setor privado, as agências multilaterais e os governos subnacionais (estados e cidades). É preciso criar um ciclo virtuoso econômico e tecnológico do baixo carbono para se ter uma chance de chegar lá.
 
O texto mais comentado de Alfredo Sirkis no Congresso em Foco
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Embora num ambiente menos tenso que os das COP, sem a presença da mídia e supostamente num ambiente favorável ao diálogo e exploração de novas ideias o tom não é muito diferente. O Canadá e o Japão "ombream o alambrado" como diz o jargão rural gaúcho. O Japão não quer metas nem de redução nem de verbas. Aparentemente, quer garantir espaço de emissão para o crescimento que sua nova política de expansão monetária promete. O Canadá do ultradireitista Stephan Harper quer poder emitir mais e mais e acaba de se retirar da convenção sobre desertificação para não pagar mais uma contribuição de US$ 300 mil (!) que considera abusiva. O próprio Harper definiu sua política externa como uma fuck you policy, o que dispensa tradução.
Do lado "em desenvolvimento", a Índia continua sua habitual ladainha do direito "dos pobres" continuarem emitindo porque os ricos já o fizeram. Isso é um discurso particularmente curioso quando feito pela sua folclórica ministra do Meio Ambiente (que não veio a Bonn), com todas aquelas joias   tilintando e brilhando.
De qualquer maneira rolam, em geral nos bastidores, algumas ideias interessantes. Há uma preocupação com o que em idioma onuês se define  como equity, isto é, equanimidade. Discutem-se várias formulas para considerar as circunstâncias diferentes dos países na hora de definir o que devem ofertar de redução de emissões e o que podem ofertar ou receber, dependendo do caso, para mitigação e adaptação.
Há também crescente interesse nos mecanismos econômicos para viabilizar economias de baixo carbono.
Meu principal propósito para vir a essa reunião, representando as comissões de Relações Exteriores e de Mudanças Climáticas da Câmara e do Congresso, é realizar contatos para o Rio Clima 2013, a se realizar possivelmente em outubro, neste que seria o ano dedicado à economia do baixo carbono em torno daqueles cinco pontos definidos para a Rio + 20: PIB sustentável; fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e taxação do carbono - até o FMI já defende!; atribuição de valor econômico a serviços prestados pelos ecossistemas, o new deal verde; grande investimento público em emergias limpas; e uma nova ordem financeira dos baixo carbono.
Para além disso estou cada vez mais convicto que o sistema UNFCCC/COP é apenas o mínimo e mais amplo denominador comum do processo de negociações climáticas. Importa que consiga ir o mais longe possível, mas não irá tão longe quando a fechar a conta de carbono (bridge the gap) sozinho. Sobre esse denominador comum mínimo de consenso de 193 países será necessário construir uma estrutura de negociação dos grandes emissores para contemplar o serviço.
Só China e EUA já respondem por 40% das emissões, e menos de 15 países já responderiam por quase 80%. Tem que se trazer o clima para o fórum do G-20, para o Conselho de Segurança da ONU, para a Organização Mundial de Comércio (OMC) e para outros formatos de negociação que envolvam o setor privado, as agências multilaterais e os governos subnacionais (estados e cidades). É preciso criar um ciclo virtuoso econômico e tecnológico do baixo carbono para se ter uma chance de chegar lá.
 
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