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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de José Wilson Granjeiro
19/1/2015 12:15
Esses fatos já são mais do que notórios, graças à ampla cobertura da mídia francesa e internacional, e não vou descer aos detalhes, já que não é esse o propósito deste artigo. Quero, sim, abordar alguns aspectos relevantes dessa situação e de seu contexto, com a intenção de ajudar concurseiros e concurseiras a enfrentar possíveis questões sobre o assunto em futuras provas. Não tenho dúvidas de que o tema será usado pelas bancas tanto na parte de atualidades como em provas discursivas, o que pode complicar a situação dos candidatos mais desinformados. Por isso, dedico minha atenção ao assunto, como um alerta à comunidade concurseira para os próximos desafios que enfrentará.
Antes de tudo, é preciso deixar bem claro que a extrema violência que atingiu o Charlie Hebdo tem de ser repudiada, por se tratar de um crime contra civis desarmados, e não contra combatentes inimigos. Os jornalistas do Charlie podem ter sido infelizes em suas caricaturas do profeta Maomé, mas a execução sumária praticada pelos homens que invadiram a redação do jornal foi um ato brutal e covarde. Não podemos ignorar, ainda, que a ação foi também um ato de violência contra a liberdade de imprensa, muito valorizada na França e no mundo ocidental como um todo.
O atentado expôs com clareza cruel o grande conflito que o mundo vive nos dias de hoje. Esse conflito veio substituir a Guerra Fria, travada durante mais de setenta anos entre a antiga União Soviética e o Ocidente capitalista, liderado pelos Estados Unidos com o apoio dos principais coadjuvantes: França e Inglaterra. O atual conflito é até mais difícil de resolver, pois, infelizmente, não se trata apenas de divergência política. A dissonância entre as partes envolvidas tem caráter religioso e territorial, a impor o antagonismo entre o mundo islâmico, com suas eternas divisões, e os valores ocidentais, representados pelos Estados Unidos e seus aliados. A falta de entendimento mútuo se agravou após o 11 de Setembro e seu atentado ao World Trade Center, e, na sequência, a invasão e submissão do Iraque, com a ajuda da Inglaterra, da França e de outros países.
O que os EUA e seus aliados não esperavam é que a Guerra Santa (Jihad) dos muçulmanos pudesse atravessar continentes e chegar a território europeu e americano, como aconteceu agora na França e antes nos Estados Unidos. Quando o morticínio ocorre tão longe como no Iraque, na Síria ou na Faixa de Gaza, a indignação mundial nunca atinge os níveis a que chegou agora com o ataque ao Charlie Hebdo. É que a violência só incomoda mesmo o mundo ocidental quando acontece dentro da sua casa.
No entanto, é bom lembrar que foi o Ocidente que começou esse tipo de guerra religiosa, com as Cruzadas que pretendiam eliminar os infiéis na Terra Santa ainda durante a Idade Média. Muitas e muitas guerras depois, o conflito continua, e já é impossível eliminar as divergências religiosas entre os dois mundos. O resultado acaba se traduzindo em episódios como o do Charlie Hebdo, que ocorre num momento em que movimentos de intolerância racial se espalham pela Europa. O atentado ao semanário francês tende a acirrá-los ainda mais.
Para nossa grande tristeza, esse é o cenário dos primeiros dias do ano de 2015. Infelizmente, ele tende a se agravar, já que é provável uma reação violenta da França, com o apoio dos Estados Unidos e da Inglaterra, contra a comunidade muçulmana, seja em território francês, seja em territórios muçulmanos, por meio de ações militares. O grande problema é que, como já previa Mahatma Ghandi, "Olho por olho, e o mundo acabará cego".
O tema exige atenção especial de todos aqueles que estão se preparando para concursos públicos. Como eu já disse, a possibilidade de o assunto figurar em questões nas próximas seleções é muito grande, de modo que os concurseiros que desejam se sair bem não podem marcar bobeira. Quem conseguir interpretar bem esse conflito e estiver bem preparado para responder as questões sobre ele estará dando um grande passo para alcançar o tão sonhado feliz cargo novo!
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