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Congresso em Foco
11/11/2008 | Atualizado 12/11/2008 às 0:00
Márcia Denser*
A partir do final dos anos 80, com o colapso da União Soviética e das guerras de “libertação nacional”, a dissolução do nacional-desenvolvimentismo (no Brasil), a difusão do neoliberalismo combinado Thatcher-Reagan, a mentalidade yuppie que sufoca os hippies, o discurso do oprimido subsiste unicamente na “aproximação negativa”, desiludida, pessimista, aliás, o discurso progressista perde definitivamente o caráter até mesmo “antipático”, na medida em que deixa também de ser “progressista”.
Nesta década se intensifica a aproximação das esferas culta/inculta, que se dá numa relação bastante tensionada, como efeito do apagamento da fronteira entre a alta cultura e cultura de massa. Sérgio Santanna, no conto Discurso sobre o Método, resolve a tensão entre as esferas culta/inculta pela mediação do “discurso teórico”. No conto, o narrador impessoal, presente-ausente-discentrado, quase um discurso puro, interfere num acontecimento: limpando janelas, um operário equilibra-se na marquise dum prédio, enquanto lá embaixo vai se formando uma pequena multidão julgando, à distância, que o operário esteja prestes a pular:
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(voz do narrador)
É claro que, do ponto de vista de uma abordagem psicanalítica, sua ânsia recém-aflorada de pular era passível de ser analisada sob outros ângulos, alguns menos, outros mais românticos ainda. O fato de sua força voltar-se contra ele próprio, num momento em que não podia dirigi-la para fora, era somente a parte mais óbvia da questão que, com um mínimo da paciência, poderia ser explicada a ele por algum psiquiatra do INSP, que a seguir o consideraria apto a retornar ao trabalho. Ele não era burro, apenas não crescera num ambiente propícia a aprimorar sua educação. Quanto ao narcisismo, refletido no ato de pavonear-se no espelho da massa, ele poderia canalizá-lo para atividades socialmente mais ajustadas, como progredir no seu ramo de vidraças e assoalhos, até deixá-los tão impecavelmente limpos que lhe devolvessem uma imagem sem distorções e fantasias perniciosas. Ou no caso de suas ambições ultrapassarem o âmbito do emprego para atingir o mundo do espetáculo – como ocorria agora – sempre restaria a possibilidade de buscar uma chance num programa de calouros na TV.
(Sérgio Sant’Anna, Discurso sobre o método)
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O narrador, através do frio e lúcido discurso das disciplinas acadêmicas, “pensa” pelo operário, é o pensamento do operário, se hipoteticamente o operário soubesse pensar assim, algo tão absurdo como “se” a função do discurso poético-ficcional fosse convencer pela razão e não pela emoção, a menos que seja um falso discurso lógico, como em Borges: Sant’Anna, geração posterior a Zé Rubem, já se beneficia acumuladamente das leituras dos sul-americanos.
Aqui, Sant’Anna, na verdade, parodia magnificamente o discurso corporativo da ideologia neoliberal. Aliás, os ideólogos neoliberais – também altamente borgeanos, mas no pior sentido, pelo fato de aplicarem o realismo mágico discursivo na prática e à vida dos outros – chegam a dizer que essa humanidade excedente que nós chamamos “camelôs” é “uma colméia frenética de protocapitalistas cobiçosos por direitos formais de propriedade e pelo espaço competitivo não-regulamentado” – não é um primor retórico?
Ainda bem que estão longe do ramo ficcional, esses caras nos bateriam de longe! Sem contar que essa massa transbordante não consiste de “proletários legais oprimidos” mas de “pequenos empresários extralegais comprimidos”. Comprimidos onde? Em sua versão mais “genial”, os ideólogos neoliberais chegam a redefinir “favela” como “sistema de gerenciamento urbano estratégico de baixa renda” (vide tais exemplos em Mike Davis, Planeta Favela, S.Paulo, Boitempo, 2006). Enfim, o principal é que este conto nos diz que o discurso corporativo neoliberal inventa novos nomes para velhas desgraças, eleva-as ao máximo e as vende de volta aos trouxas como bênçãos. Bilhões de trouxas, ou seja, todos nós.
A Consciência Perversa
(O inferno somos nós)
Sinal dos tempos, representa a total ausência de Solidariedade, uma vez que nem sabe do que se trata. Na produção literária pós-80, ao invés do Sujeito ou Narrador Onisciente do Modernismo, temos os Diversos Sujeitos Inconscientes do Pós-Modernismo, ou almas parciais, ou várias posições descentradas do sujeito, num pós-paganismo que, sem Inconsciente e sem Natureza (Jameson), isto é, sem Deuses, gira em falso mas não esgota sua rotação.
Analisando obras de quatro escritores – João Ubaldo Ribeiro, Márcia Denser, Rubem Fonseca e Sérgio Santanna – a professora e crítica Luíza Lobo assinala que os autores pós-modernos mantêm um traço em comum: a perversidade. Ela observa que surge no Brasil, após os anos 80, uma literatura claustrofóbica, sem horizontes para além da telinha da tevê, marcada pelo crime, sexo e violência, por conflitos mesquinhos e sem grandeza, devido à ausência de um projeto social coletivo e solidário, ao individualismo oco, à crise da subjetividade pelo fato de se viver no caos social e sem perspectivas de sair do subdesenvolvimento. A sexualidade exacerbada concentra a emoção que de outra forma mergulharia o personagem no tédio do universo cotidiano consumista, que leva à morte, como diz Baudrillard, daí a morte do sujeito-cidadão, a morte do sujeito consciente do seu destino, a morte da literatura apolínea, a morte do humanismo.
Em Relatório Final, conto de minha autoria, o narrador abandona definitivamente o discurso do Outro para assumir, em primeira pessoa, o discurso da Consciência Perversa Coletiva duma sociedade urbana impiedosa, indiferente ao Outro, seja ele quem for. Pois a autora já não fala mais pelo Sujeito Individual mas a partir (torcendo um pouco o pensamento jamesoniano) dum Espírito Objetivo Coletivo e Degradado:
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Bebemos dois chopes, mas eu ainda estava excitada e ele também por causa da história da mulher e não sei quem lembrou: e se a gente fosse dar uma ali no meio da praça da igreja? Fomos.
Este é o relatório dos acontecimentos do dia 30 de dezembro. Às 23h45, precisamente, porque eu olhei para a torre da igreja que tem no meio da praça, enquanto estava de bruços com a saia levantada apoiando as mãos no capim fedendo merda velha e ele por trás mole e mole e com nojo e de ver aquilo tudo sem dizer nada explicando estar machucado e eu lembro que estava louca e isso era bom mas não queria sujar as mãos na terra e queria que aquela coisa entrasse dura e rija e forte e explodisse aqui dentro e me deixasse mais louca mas ele estava mole, ele não prestava para nada, ele era um frouxo, daí eu subi as meias, a calcinha, a cinta e catei a bolsa pendurada numa argola de ferro da igreja e falei, piscando para as luzes porque minhas lentes de contato já começam a arder nessas horas, você é um frouxo. E fomos embora.
Ele me ajudou a pular o murinho, quieto e moreno, e falou outra vez que estava machucado mas eu sabia que era nojo, que ele era um cara cheio de preconceitos e coisas assim na cabeça, negócio de mãe e pai lá no interior e noiva e tudo isso que eu já falei e já estávamos, quer dizer, eu estava na Consolação louca para ir embora e então ele perguntou se eu ia de ônibus e eu disse não, vou pegar um táxi e ele disse acho que vou para Osasco e eu pensei como Osasco? E então veio um táxi, eu fiz sinal, abri a porta e te olhei: você era só um estranho e disse tchau.
Dentro do táxi fui embora imaginando você morto lá em Osasco enquanto eu moro nos Jardins e amanhã vai ter uma puta festa.
(Márcia Denser, Relatório Final)
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Aqui o discurso definitivamente se “perverte”, porque a carga de transgressões é tão espessa que ofusca essa última leitura. Para começar, a narradora é mulher que inverte a condição de mulher-como-objeto para mulher-como-sujeito, subvertendo o papel do homem que ela usa como objeto, a quem despreza como culturalmente inferior, com quem transa a pretexto dum pileque e da perda do auto-controle, a quem desqualifica enquanto sujeito massificado e até mesmo como objeto de prazer: “você é um frouxo”.
No último parágrafo, quando o conflito se coloca na oposição rico/pobre, através da questão dele morar em Osasco, na periferia, e ela no centro nobre dos Jardins, a autora desaparece, permitindo que a personagem/ narradora avance e termine o conto com requintes de perversidade, expondo o nervo da Consciência Perversa que liquida a história no nível mesmo da linguagem, bem como qualquer ilusão a respeito do gênero humano: “Dentro do táxi fui embora imaginando você morto lá em Osasco enquanto eu moro nos Jardins e amanhã vai ter uma puta festa”.
Tanto para mim como para Mirisola, não há conflito autor/personagem, pois a personalidade esquizofrênica é dada como condição de normalidade do cotidiano high-tech estilhaçado, onde o(s) personagem(s) é o autor que se “objetiva” no espaço onde ambos só sobrevivem se estiverem “armados” (com armas de fogo, pistolas, revólveres, metralhadoras, automóveis, cartões de crédito, celulares, computadores, “cash”) revestidos com o brilhante tecido dos elementos da cultura e da economia de mercado como “armaduras”, soterrados por resplandecentes couraças metálicas (inclusive as abstrações da teoria lacaniana). Armaduras que, usadas full-time, transformam-se no seu verdadeiro corpo fantasmático/frio/insensível. Assim a grandeza do escritor se torna a negação diária da sua humanidade, a sua desumanidade triunfante, a consumação da perversidade que agora é a medida da genialidade.
Naturalmente o humor, sobretudo em Mirisola, é ironia, deboche, sarcasmo, um pouco ainda por conta da esculhambação carnavalizada, que nivela sagrado e obsceno, ambos aliás já suficientemente mixados e degradados desde a mídia:
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Atmosfera de missa do galo, culto ecumênico (Museu do Telefone?...).Sei lá. Uns malucos comungavam com pierrôs e colombinas de látex, virabrequins e vibradores de todos os feitios e espécies. Sexy Shop. Então fui xavecar a vendedora (Sotaque de rabino Henry Sobel): – Para que serve este MÃO? Ela explicou os fundamentos do fist-fucking (...). A vendedora me ensinou que era pra puxar uma cordinha. Eu tava imaginando o Tony Ramos a fazer uma sacanagem dessas, mas ela interrompeu-me com a história do terço bizantino. Que era pra lubrificar “à base de água benta”. Ah, sim. A gente reza pro padre Marcelo, pensa no Tony Ramos (ou vice-versa) e enfia as tais bolinhas na bunda, uma a uma, lenta ou rapidamente. Beleza. As Contas Chinesas têm assistência técnica 24 horas,’ no caso do cliente apaixonar-se por si mesmo ou perder a cordinha lá dentro’. Mandei embrulhar pra presente. Aproveitei o saldão da Semana Santa e comprei uma ovelha inflável em três vezes sem juros e sem arrependimentos. Sacrificá-la, portanto, ficava por conta do limite do meu cheque especial, apenas isso. Quanto à MÃO do rabino, a vendedora – depois da minha insistência e de eu ter lhe confiado meu plano de fazer uma suruba junto com o padre Marcelo, Tony Ramos e a ovelhinha – me disse que era para enfia-los,a MÃO e o rabino e quem eu quisesse, tudo no meu cu e que eu passasse muito bem, ‘volte sempre e obrigada’. A igreja, pensei, além do departamento infantil, tem vendedores melhor preparados.
(Marcelo Mirisola, Sex Shop)
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O discurso perverso se serve da clareza lógico/analógica, articulando-se com requintes do léxico, literalmente argumentando em favor do mal, do erro, da maldade, do preconceito, do “politicamente incorreto” e convence. Envolvido pelo deboche, pela ironia, o leitor se torna cúmplice do autor, ainda que conscientemente sinta repulsa, mas este sentimento de repulsa equivale ao que Freud chama de processo de denegação: a negação de um prazer rejeitado por ser inaceitável pelo consciente. Este processo perverso de envolvimento do leitor, transformando-o em cúmplice de pensamentos, palavras e atos condenáveis, se consuma com sucesso porque ativa a má consciência coletiva ou consciência perversa de cada um, levando o leitor a tomar consciência, ainda que dolorosa, de que o mal que está lá fora é o mesmo que o espreita do interior.
Morte do sujeito e Fragmentação
Ignácio de Loyola Brandão comparece com Um Tiro Certeiro, texto inédito em livro solo, publicado somente em Contos Cruéis, segundo seu organizador Rinaldo de Fernandes ( São Paulo, Geração Editorial, 2006 ) – sua prosa fragmentada é consagrada e pioneira desde o romance Zero, marco nas letras brasileiras pós-contemporâneas, além da onipresença do sujeito sem nome, inexistente – a encarnar com pleno talento e eficiência a Consciência Perversa:
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Cortou o pescoço de um jogador de futebol com a linha da pipa contendo cerol. Jogou num poço o representante de uma oficina de companhia de seguros muito ranzinza. Fez o mecânico duma oficina tomar um litro de gasolina e ficou vendo o homem cagar os intestinos. Amarrou uma pedra no saco do jornaleiro. Cortou as pernas dum sujeito que ganhou na Mega-sena. Agora ele pode comprar uma cadeira de rodas motorizada, pode ter uma perna artificial comandada pela informática, pode entrar preferencialmente em avião, em banco. Fiz um serviço para ele, refletiu. Matou primeiro pelas letras do alfabeto. Começando pelo A até chegar Z. Faltou uma mulher com Y: você é Yvone com Y ou I? E a pessoa dizia que era com I, ele se irritava. Então decidiu: vai com I mesmo. Passou um ano, ele cometeu todos os assassinatos possíveis, de todas as formas, com todos os instrumentos, matou de todos os modos, jeitos. Mas nada o satisfazia (...) Para matar era preciso coragem. Para morrer era preciso ser herói. Ele era um herói, haveriam de invejá-lo pela valentia. Um tiro no peito resolveria. Como Getúlio, estavam em agosto, só se falava em Getúlio Vargas e no tiro no peito. Teria de comprar um
revólver.Teria de arranjar um dinheiro. Roubando? Como se rouba? Era preciso estudar.
(Ignácio de Loyola Brandão, Um Tiro Certeiro)
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Outras modalidades surgem com as enumerações, que são perversas ao contribuir para a desumanização do texto literário ao incorporar procedimentos do código matemático. A exemplo, encontramos em Fernando Bonassi alguns textos emblemáticos, como no fragmento a seguir onde o autor privilegia a espacialidade, descrevendo unicamente no plano espacial, no aqui-agora, tudo o que existe concreta e metaforicamente na cidade. Nota-se que ele não “narra” pois, como já nos referimos neste ensaio, a narrativa incorpora a categoria da temporalidade, que é o diálogo do texto com seus elementos subtextuais, intertextuais e percurso histórico, e implica articulação entre as frases, destas no parágrafo, deste na página, e assim por diante.
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Ecos de sirenes. Vozes de prisão. Prisão de ventre. Crianças chorando abertamente. Homens feitos chorando escondidos. Gatos com ratos mortos na boca. Ratos mortos com formigas na boca. Talheres raspando pratos. Camas suspensas por latas de óleo. Rostos em terror espiando nos vitrôs. Quinze milhões de preces inomináveis pra dentro dos travesseiros. Cristos de louça. Tecnologia informática e toalhas plásticas. Fábricas estáticas. Cravos e espinhas. Palavrões. Trens desgovernados. Menstruações atrasadas. Copos quebrando-se. Corpos esmagados. Vazamentos. Escapamentos. Corrimentos. Altares. Elevadores.”
(Fernando Bonassi, Estilhaços de São Paulo)
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O discurso do Outro surge agora já no registro do “sujeito esquizofrênico”, evidenciando a crise de historicidade, a exemplo do monólogo do motorista de táxi, personagem de André Sant’Anna em Rush, que evidencia não só ignorância a respeito de fatos da história recente, bem como uma incapacidade no sentido de estabelecer relações de causa e efeito. Segundo Lacan, a esquizofrenia é a ruptura na cadeia de significantes, isto é, quando o sujeito perde a capacidade de entender suas pretensões e retensões em um complexo temporal e organizar passado e futuro como uma experiência coerente. Assim o taxista de Rush, em seu discurso, revela uma apreensão da história recente que é falha, fragmentária, obtusa, desconectada de qualquer nexo e cujo sentido ele vai produzindo a esmo, de modo arbitrário:
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E os pleibói!? A lá aquele lá. Ó só. No tempo da ditadura ele ia ver só. Ia pra cadeia e ia tomar um monte de porrada. Fica fumando maconha e sai pra rua pra atrapalhar o trânsito. No tempo da ditadura, ele pegavam o filhinho de papai, punha pra tomar choque e o escambau. Se o pleibói estivesse maconhado ia direto pro hospício. Por isso é que no tempo da ditadura não tinha esse negócio das droga não. Só nos Estados Unidos. Agora, não. Mulher no trânsito é um pobrema, mas no tempo da ditadura não davam carteira pra qualquer um não.
(André Sant’Anna, Rush)
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Assim como em André Sant’Anna e também em Rubem Fonseca, observamos que este não é o discurso do Outro, mas o discurso representado do Outro, isto é, submetido à mediação literária num altíssimo grau de sofisticação e representação revestida duma devastadora carga de crítica social. Realmente, não há crise de representação na Literatura. A crise é real e está na realidade onipresente da cultura de mercado, que deforma as subjetividades até o inextrincável, das quais a literatura é espelho fiel, sua alma e sua palma.
A dialogia dos títulos Relatório Final e Discurso sobre o método com a cultura de mercado os torna desses objetos discursivos hiper-línguísticos. Relatório Final, como indica o título, é tudo menos um relatório. A estrutura de relatório empresarial mal se delineia e já fracassa, então recomeça e fracassa repetidamente, seguida pela linguagem que se articula num vertiginoso fluxo da consciência embriagada que retorna e retorna ao mesmo ponto, girando em falso, ou seja, é a antítese dum relato coerente, mas cuja incoerência – e este é o ponto – se revela perigosamente objetiva, levando o leitor a tomar consciência de uma realidade inaceitável cujo protagonista é ele próprio.
Mas tudo isso é ficção, apenas ficção, não é mesmo?
São Paulo, primavera/2008.
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