A relatora do processo contra o deputado Mário de Oliveira (PSC-MG) vai pedir o arquivamento da acusação segundo a qual ele armou uma trama para assassinar o colega Carlos Willian (PTC-MG). Solange Amaral (DEM-RJ) recebeu documentos da Polícia Federal e do Ministério Público, que mostram não haver provas sobre os fatos narrados. O caso vai a julgamento amanhã (5), no Conselho de Ética da Câmara.
“Estamos há cinco meses nisso. Ninguém consegue dar as provas. O que nós temos que julgar é ética e decoro. Aqui não é delegacia”, afirmou Solange, hoje, ao
Congresso em Foco. Inquérito da PF não teria encontrado indícios suficientes para atestar que Odair da Silva, um fiel da Igreja do Evangelho Quadrangular, intermediou a contratação de um pistoleiro de apelido “Alemão” para matar Willian a mando de Oliveira.
Um primeiro depoimento de Odair, à Polícia Civil de São Paulo, confirmou os fatos. Mas ele recuou depois, ao falar com a PF. Ele disse ter sido pressionado pela polícia paulista a incriminar Oliveira. Odair afirmou ainda que Willian teria lhe pago dinheiro para complicar a vida de Oliveira, que é presidente nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular. “Ele disse que o Carlos Willian o procurou com o objetivo de desmoralizar o Mário de Oliveira”, destacou Itapuã Messias, advogado do acusado.
Hoje à tarde, o Conselho de Ética reabriu o caso, que estava suspenso, mas a reunião não durou cinco minutos, porque Solange não estava. Ela ainda juntava documentos do Ministério Público para incluir em seu relatório. Apesar disso, Solange disse à reportagem que os dados não têm força para fazê-la escrever um relatório pela cassação de Mário de Oliveira. “Não há provas”, resumiu.
O advogado Itapuã disse que vai esperar o relatório de Solange amanhã, para fazer uma última sustentação oral sobre o caso, perante os deputados. Hoje, ele entregou ao Conselho as alegações finais do parlamentar, que reafirmam sua inocência e destacam o fato de Odair ter recuado em suas acusações convertendo Oliveira “de reú em vítima” de Willian.
Willian foi procurado pelo
Congresso em Foco na tarde de hoje, mas estava em uma audiência. Ele prometeu retornar os telefonemas.
(Eduardo Militão)
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