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Congresso em Foco
14/10/2007 | Atualizado às 17:21
Um terceiro mandato para Lula? Não, não se trata de manobra que atenta contra a Constituição, afronta à democracia ou coisas do gênero. A hipótese foi confirmada pelo próprio presidente Lula à Folha de S.Paulo, em entrevista veiculada hoje (14), concedida com exclusividade à sucursal do veículo em Brasília. Entretanto, Lula considera a possibilidade de mais um ano como presidente da República só mesmo em 2014, ou seja, com o intervalo de um mandato para respirar. O que o presidente bem sabe, e isso é determinante, é que só o povo pode trazê-lo de volta ao Palácio do Planalto.
“Um mandato de quatro anos é muito pouco. O presidente toma posse em 1º de janeiro. No primeiro ano não faz nada porque o Orçamento já está comprometido. No segundo, quando começa a fazer, tem eleições municipais: seis meses antes da eleição não pode fazer convênio com nenhuma prefeitura. Depois tem outro ano para governar e, no ano seguinte, tem eleição. Um mandato de quatro anos no Brasil é quase inadministrável. Vamos acabar com a reeleição e aumentar o mandato”, propugnou Lula, que sempre defendeu a ampliação do mandato para cinco anos, sem possibilidade de reeleição consecutiva.
Surpreendentemente bem-humorado e disposto a falar sobre sucessão presidencial, governabilidade, fisiologia administrativa e sedução do poder, Lula foi taxativo quando o repórter mencionou a prática de distribuição de cargos, exercida pelo seu governo, para manter parlamentares fiéis às intenções governistas. “Uma coisa é a política real. Outra coisa é a interpretação que vocês [imprensa] dão à política real. Quero explicar isso. Nós estamos num governo de coalizão. Isso não vale para o Brasil. Vale para o mundo. Se você olhar a Angela Merkel [chanceler alemã], ela ganha as eleições e faz composição”, defendeu-se.
Pelo teor da entrevista, percebe-se que Lula, apesar da crise no Senado, sucessivos escândalos de corrupção na política e outras mazelas, está otimista e convicto de que seu governo faz um bom trabalho. “Hoje sou um homem convencido de que o Brasil se encontrou enquanto Nação”, festeja. Coincidência ou não, tem impressionante índice de popularidade, que paira na casa dos 60%, de acordo com os mais importantes institutos de pesquisa do país.
Lula sabe que o poder pode ser generoso, mas também que quem chega à Presidência da República costuma sair dela, quase que invariavelmente, com os cabelos brancos. A não ser que se recorra às tinturas capilares, as madeixas brancas vão predominar na inevitavelmente estafada cabeça do mandatário-mor da Nação. Em 2014, Lula terá 69 anos (completará 62 no próximo dia 27). Depois de disputar por três vezes as eleições presidenciais, só na quarta conseguiu se eleger. Perseguido pela ditadura quando era líder sindical e alçado internacionalmente à condição de um dos principais líderes de esquerda na atualidade, tendo conquistado a simpatia de diversos chefes de Estado, Lula pode chegar física e mentalmente desgastado a um eventual terceiro mandato. Mas pode chegar. (Fábio Góis)
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