Movimentos sociais fazem ato de desagravo a Luiz Couto

Cerca de 300 pessoas participaram nesta tarde, em João Pessoa, de um ato de desagravo ao deputado e padre Luiz Couto (PT-PB), suspenso das funções sacerdotais pelo bispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto.

Os manifestantes se dirigiram da Praça dos Três Poderes até a Praça Dom Adauto, mais conhecida como Praça do Bispo, onde está localizada a Arquidiocese da Paraíba. Em frente ao Palácio do Bispo, ex-padres, professores, estudantes, artistas e líderes de pastorais e de movimentos sociais fizeram um apelo para que Dom Aldo reveja a punição a Luiz Couto.

Alguns cartazes pediam a saída do bispo. Uma carta assinada por entidades sindicais, com críticas ao religioso, foi distribuída pelos organizadores do evento à população.

O petista está proibido de celebrar missas, batizados e casamentos por ter defendido, em entrevista ao Congresso em Foco, o uso da camisinha como questão de saúde pública e criticado o preconceito contra os homossexuais e o celibato imposto pela Igreja (leia mais).

Dom Aldo não gostou das declarações do sacerdote e diz que a punição só será revista se houver retratação, recuo que Luiz Couto, novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, descarta veementemente. “Não cometi nenhum delito. Apenas emiti uma opinião, que outras pessoas também já manifestaram”, afirmou o deputado em nova entrevista ao site (leia mais).

Uma das organizadoras do ato de desagravo, a professora Liliane Oliveira diz que o protesto contra o bispo terá desdobramento. “A mobilização contra esse tipo de arbitrariedade vai continuar”, disse a professora, militante do movimento feminista em João Pessoa. “Nossa intenção é dar maior visibilidade a esse caso”, acrescentou.

A assessoria de imprensa da Diocese da Paraíba diz que o bispo não voltará atrás em sua decisão e que não se manifestará mais sobre o assunto. (Edson Sardinha)