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Congresso em Foco
24/5/2007 | Atualizado às 14:01
Insatisfeito com as explicações dadas pelo primeiro-sargento Wellington Andrade Rodrigues, controlador de vôo e presidente da Associação Brasileira de Tráfego Aéreo, durante seu depoimento na CPI do Apagão Aéreo no Senado, o senador Welignton Salgado (PMDB-MG) deixou a cordialidade de lado.
Ao tentar explicar o que aconteceu no dia do acidente entre o vôo 1907 da Gol e o jato Legacy, o primeiro-sargente negou que tivesse havido falha humana por parte dos controladores. "Os controladores perderam o contato visual com o Legacy, mas a aeronave continuava sendo identificada pelo sistema, que dizia que o Legacy estava a 36 mil pés. Então não havia dúvidas quanto à rota da aeronave", disse.
Em resposta, o senador Wellington Salgado citou o código usado pelos controladores que diz que uma aeronave não identificada tem que ser considerada hostil. "Com o transponder desligado tem que usar o princípio da lateralidade, a aeronave passa a ser hostil e tem que mandar todas as outras sairem de perto. Isso não foi feito. O boeing da Gol não foi avisado", afirmou.
Wellignton Salgado lembrou que tem experiência com vôos e que pelo que sempre soube, qualquer aeronave precisa da autorização de Brasília para decolar ou mudar seu plano de vôo.
Mesmo diante da pressão feita pelo senador, o primeiro-sargento se manteve firme: "A aeronave não era hostil, apesar de não termos a visualizasção por radar ela estava identificada", garantiu.
Algum tempo e muitas respostas depois, o senador acabou pedindo desculpas ao primeiro-sargento por sua exaltação.
Problemas de controle
Em seu depoimento, Wellington Rodrigues defendeu a desmilitarização do setor de controle do tráfego aéreo e disse que muito além dos baixos salários, há um problema estrutural ligado à hierarquia militar e que prejudica o trabalho de monitoração do espaço aéreo.
"As normas militares estão acima do controle aéreo. De maneira geral os chefes são inexperientes e quando começam a entender o funcionamento do trabalho, acabam sendo mandados para outros locais. Hoje o controlador vai trabalhar revoltado porque pensam que não são valorizados ou reconhecidos", disse.
O controlador também lembrou que no Brasil há apenas quatro centros de controle, enquanto em países quase do mesmo tamanho do nosso, como é o caso dos Estados Unidos há 23 centros.
Wellington Rodrigues também acrescentou que as reformas em pistas, como a que está sendo feita no Aeroporto de Congonhas (SP) aumenta os riscos de acidente, porque os aviões precisam ficar circulando até a autorização para pouso. "Os controladores vão fazendo verdadeiras prateleiras de aeronaves no céu".
Ele também garantiu que o o número de pistas nos principais aeroportos brasileiros é reduzido em relação ao fluxo a que atendem. Wellington reclamou, ainda, que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está exagerando no número de concessões. "Se há oito vôos marcados para decolar ao mesmo tempo, obviamente alguns vão sair atrasados", disse. (Soraia Costa)
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