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Congresso em Foco
26/3/2007 | Atualizado às 6:20
Candidato derrotado no segundo turno pelo presidente Lula no ano passado, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) critica o início da nova gestão do petista e diz que a oposição não tem de dar trégua ao Palácio do Planalto.
“Quando eu vi o Lula propor trégua de dois anos, dizendo que ia convidar líderes do PSDB para conversar, achei que ele não entendeu a lógica da democracia: quem ganha, governa, quem perde, fiscaliza, propõe alternativas, cobra”, afirma Alckmin, em entrevista ao repórter José Alberto Bombig, na Folha de S. Paulo.
O ex-governador diz que o segundo mandato de Lula tem sido apenas uma continuação do primeiro, admite ao menos uma falha em sua campanha e desqualifica a principal ação do novo governo, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“O PAC é um elenco de obras, algumas necessárias. É melhor do que nada, mas não é suficiente. Os entraves ao crescimento só serão eliminados com as reformas fiscal, tributária, trabalhista e política, a mãe de todas elas.”
De passagem pelo Brasil, durante o intervalo do curso de políticas públicas que faz em Harvard, o tucano anuncia que volta à vida pública em junho, após a conclusão dos estudos nos Estados Unidos. (Edson Sardinha)
Veja os principais trechos da entrevista:
Novo governo Lula
“O Brasil continua perdendo oportunidades, estamos ficando para trás em um cenário mundial ótimo. Vejo com preocupação o segundo mandato do presidente Lula porque ele não pode ser entendido como uma continuação do primeiro. Não. O presidente tem legitimidade para fazer as mudanças.”
PAC
“O PAC é um elenco de obras, algumas necessárias. É melhor do que nada, mas não é suficiente. Os entraves ao crescimento só serão eliminados com as reformas fiscal, tributária, trabalhista e política, a mãe de todas elas.”
Reforma ministerial
“O governo está perdendo tempo. É inconcebível você levar quase meio ano para montar um ministério que é uma colcha de retalhos. De outro lado, me preocupa o aspecto autoritário. Ou seja, pela primeira vez o time não foi formado antes da eleição para a direção da Câmara dos Deputados. O governo subordinou um Poder ao outro.”
Oposição
“Ela não é como foi a do PT, raivosa, do ‘quanto pior, melhor’. Ela é mais madura. Mas, quando eu vi o Lula propor trégua de dois anos, dizendo que ia convidar líderes do PSDB para conversar, achei que ele não entendeu a lógica da democracia: quem ganha, governa, quem perde, fiscaliza, propõe alternativas, cobra. Ele quer o quê? Um partido único por dois anos? É, de novo, o perfil autoritário do governo.”
Acidente no metrô
“É um acidente lamentável, precisa ser apurado, vamos aguardar as conclusões. Agora, não tem nenhuma ligação com a questão contratual. A PPP [Parceria Público Privada] é para comprar o material rodante, não tem nada a ver com obras. A PPP está correta. O turn key, o modelo do contrato, que é recomendado pelo Banco Mundial, também não tem nada a ver.”
Erro na campanha
“Em relação às privatizações, eu reagi contra a mentira de que eu ia privatizar a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal... Talvez, a nossa comunicação [na campanha] tenha falhado. Mas a mentira me revoltou. Procurando reagir, tivemos um resultado que não foi bom.”
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