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Congresso em Foco
13/12/2006 | Atualizado às 21:51
O presidente Lula procurou minimizar hoje (14) a sua declaração sobre a imaturidade ideológica de esquerda. Na última segunda feira, o presidente recebeu o prêmio "Brasileiro do Ano", promovido pela revista Istoé, e declarou: "Se você conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque está com problema. Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também está com problema".
Ainda na premiação do início da semana, Lula acrescentou: "Quem é mais de direita vai ficando mais de centro, e quem é mais de esquerda vai ficando social-democrata, menos à esquerda. As coisas vão confluindo de acordo com a quantidade de cabelos brancos, e de acordo com a responsabilidade que você tem. Não tem outro jeito".
Após as inúmeras repercussões, o presidente lamentou que a "brincadeira" tenha sido mal interpretada. "Eu fiz uma brincadeira. Lamentavelmente, parece que tem gente no Brasil que não gosta mais de humor, que acha que humor é pecado. Nem uma boa brincadeira é considerada uma brincadeira", disse Lula.
"As pessoas perderam o humor. Me desculpe, mas acho que a falta de humor é uma coisa que o país não pode perder", complementou.
Esquerda critica declarações de Lula
A declaração do presidente Lula de que "gente idosa esquerdista deve ter algum problema" provocou reações na esquerda. O secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, membro da Executiva Nacional do partido, criticou a conclusão de Lula de que a sua amizade com o ex-ministro Delfim Netto é um sinal "da evolução da espécie humana".
"Ele fez parte, como o Pinochet, de um período de triste memória em que se lançou mão da tortura, da prisão, do desaparecimento. Como todos que sujaram a mão de sangue, nunca terá perdão", afirmou Pomar em relação a Delfim. "Ele foi um dos maiores serviçais da ditadura. Não foi um soldado que recebia ordens, mas um ministro da célebre reunião que decretou o AI-5. E teve participação na elaboração da política econômica que foi extremamente danosa para o país", complementou.
De acordo com reportagem do jornal Correio Braziliense, Pomar considerou "um erro" o elogio de Lula a Delfim, feito na última segunda-feira (11), quando o presidente recebeu o prêmio "Brasileiro do Ano" concedido pela revista Istoé.
O membro do Diretório Nacional do PT Markus Sokol também criicou as declarações do presidente. "Eu esperava outra coisa", afirmou. Segundo ele, Lula precisa esclarecer se, no seu segundo mandato, vai fazer "o governo de Delfim Netto" ou "o governo do candidato que colocou em xeque as privatizações".
Para o ex-deputado petista Plínio de Arruda Sampaio (Psol-SP), 76 anos, alguns petistas ficarão em situação difícil com as declarações do presidente. "Isso para mim não é mais mistério. Mas muito lulista vai ficar numa situação difícil porque acha que o presidente é de esquerda, quando o próprio diz que não é", disse. "Mas não me senti atingido. Estou achando é graça", declarou ao Correio.
Leia outras notícias publicadas hoje (13)
Lula pede a coalizão sugestões para reformas
Na primeira reunião com os partidos da coalizão, o presidente Lula evitou falar de temas espinhosos como eleição para as mesas diretoras da Câmara e do Senado, reforma ministerial ou reajuste do salário mínimo. Em compensação, pediu aos integrantes das legendas que elaborem, em 45 dias, propostas para reformas política e tributária.
Lula se comprometeu a apresentar ao grupo, na próxima semana, pontos do pacote fiscal. Garantiu ainda que a coalizão saberá com antecedência quais as medidas que o governo estuda para impulsionar o crescimento da economia. Mas segundo o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, isso não significa que os partidos poderão vetar pontos do pacote.
"O conselho político não é deliberativo, emite opinião política que o presidente pode achar conveniente acatar ou não as sugestões", esclareceu. Antes do encontro, o ministro orientou os dirigentes partidários a deixarem de lado as eleições no Congresso. "Não se tratou disso. Todo mundo teve vontade de falar, mas ninguém teve coragem", afirmou o líder do PTB na Câmara, deputado José Múcio Monteiro (PE).
Apesar de ter abolido o tema da pauta, Lula pediu "sintonia fina" aos partidos da coalizão. O presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, endossou o coro e disse que, com a aliança, espera não ver mais derrotas do governo no Congresso. "Só haveria possibilidade de derrota se a coalizão não fosse capaz de dar seqüência a esse espírito da coalizão que vem sendo construído pelo presidente", disse.
Participaram do encontro os presidentes do PC do B, Renato Rabelo, do PRB, Vitor Araújo, do PMDB, Michel Temer (SP), do PDT, Carlos Lupi, do PR, Alfredo Nascimento, do PV, Luiz Penna, do PP, Nélio Dias, do PRB, Marcelo Crivela e do PSB, Eduardo Campos. Também estavam presentes o líder do PTB na Câmara, deputado José Múcio (PE), e o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
Lula: pacote tributário vai causar "barulho"
O presidente Lula afirmou hoje (13) que o sucesso do pacote tributário que o governo irá lançar na próxima semana para estimular o crescimento econômico dependerá dos partidos aliados e do apoio dos movimentos sociais.
De acordo com as previsões do presidente, as medidas devem provocar "um barulho aqui e outro ali", mas são necessárias para destravar a economia.
"Há muita coisas que atrapalha o crescimento do país, muitas normas que têm que ser mudadas e que só vão ser mudadas se a gente tiver uma boa cumplicidade com o Congresso Nacional e a sociedade brasileira", disse após cerimônia no Palácio do Planalto. "No que depender do governo, nós não mediremos esforços para fazer a economia voltar a crescer".
Conforme reportagem de Andreza Matais, da Folha Online, a expectativa é de que o pacote fiscal seja anunciado na próxima quarta-feira. No entanto, Lula disse que não vai adiantar as medidas para os membros do conselho político. "Não vou antecipar o anúncio de nada. Pretendo reunir os partidos na terça ou quarta-feira", afirmou. Antes disso, os dirigentes dos partidos afirmaram que Lula os convidou para uma reunião na próxima quarta-feira para antecipar o pacote.
Movimentos sociais querem participar da coalizão
O presidente Lula encontrou-se hoje (13) com representares de movimentos sociais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros.
Os líderes disseram ao presidente que querem maior participação no segundo mandato do petista. Os movimentos também reivindicam presença em órgãos como o Conselho Nacional de Política Monetária (Copom), o Conselho Monetário Nacional (CMN) e agências reguladoras.
De acordo com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, o presidente não se manifestou sobre o pedido dos movimentos. Segundo Dulci, o governo fará reuniões periódicas com representantes de movimentos sociais para discutir propostas.
"O próximo mandato do presidente Lula precisa dar um salto de qualidade na interlocução com os movimentos sociais. Nós queremos participar de um conselho deliberativo do governo e não ter apenas um diálogo consultivo", declarou João Paulo Rodrigues, dirigente do MST.
Segundo o representante da CUT no encontro, João Felício, Lula se comprometeu com os movimentos sociais a não fazer a reforma trabalhista e da Previdência. "O presidente disse que não vai fazer as reformas da Previdência e Trabalhista para retirar direitos".
Lula teria afirmado que vem estudando medidas para garantir o crescimento do país nos próximos anos e não teria comentado sobre o salário mínimo para o próximo ano.
De volta à esquerda
Alguns dirigentes dos movimentos sociais disseram que não darão trégua ao governo no próximo mandato. De acordo com João Paulo Rodrigues, diretor do MST, a tarefa dos movimentos sociais será "puxar" Lula para a esquerda. "Este é o ano, agora não tem mais desculpas, porque não tem mais segundo mandato. Acabou a fase do movimento chapa branca", afirmou.
"Independentemente de alguns segmentos da sociedade quererem puxar o governo para o centro, cabe aos movimentos sociais puxá-lo de volta para a esquerda", disse João Felício, secretário de relações internacionais da CUT.
Ministro diz que governo quer acordo sobre mínimo
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou hoje (13) que o governo não tem instrumento para baixar o salário mínimo abaixo do valor que o Congresso Nacional aprovar. A Comissão Mista de Orçamento aprovou ontem (12) a correção do salário mínimo de R$ 350 para R$ 375para abril do próximo ano. O projeto ainda precisa ser aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado. O Governo defende uma correção para R$ 367.
"Queremos chegar a um acordo. Eu diria que vamos ter que negociar mais com as centrais sindicais.", afirmou Bernardo ao ser questionado se a aprovação do valor pelo Congresso Nacional não atrapalharia as negociações. Conforme reportagem de Alexandro Martello , do portal G1, o ministro também disse que o governo busca estabelecer um mecanismo permanente para a correção do mínimo nos próximos anos. "Queremos definir um patamar adequado de reparação anual. Tem que ser um aumento real, mas que não seja insustentável", declarou.
Em relação ao pacote fiscal de longo prazo, Paulo Bernardo confirmou que as medidas buscam conter a elevação dos gastos públicos. No entanto, o ministro acrescentou que isso não significa necessariamente corte de gastos. "Não estamos fazendo medidas que signifiquem cortes. Vamos trabalhar na contenção de despesas e medidas de gestão, para que sobrem mais recursos para investimentos", disse o ministro.
Executiva do PDT decide apoiar governo federal
A executiva nacional do PDT decidiu hoje (13) fazer parte do governo de coalizão no segundo mandato do presidente Lula. Durante a reunião, os pedetistas definiram que vão solicitar um ministério que tenha relação com o partido.
Entre as pastas almejadas estão Educação, Trabalho, Previdência e Cidades. A decisão de apoiar o governo não foi unânime. Quatro membros votaram contra o apoio, entre eles o ex-ministro da Educação e candidato derrotado à Presidência da República, Cristovam Buarque (DF).
O diretório nacional do partido ainda deverá avaliar a decisão da executiva em reunião no próximo dia 12, no Rio de Janeiro.
PF interroga petistas sobre a compra de dossiê
A Polícia Federal de Mato Grosso ouviu hoje (13) três membros do diretório paulista do PT sobre a negociação do dossiê contra candidatos tucanos. Segundo o advogado petista José Roberto Leal, os três negaram qualquer envolvimento na tentativa de compra.
O advogado disse que a PF intimou o presidente do PT-SP, Paulo Frateschi, e os tesoureiros do diretório regional e da campanha ao governo paulista, Antonio dos Santos e José Giácomo Baccarin, apenas para prestar esclarecimentos sobre a disputa eleitoral. "Eles desconheciam completamente qualquer situação relativa a dinheiro."
Frateschi afirmou que houve uma armação contra a legenda. "Tudo indica que as investigações já comprovaram que [o dossiê] não tem nenhuma ligação com o diretório estadual", disse. Segundo ele, não houve caixa dois na campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo.
A PF ainda deve ouvir os depoimentos do segundo suplente de senador, João Vaccari Neto, e dois funcionários da Transbank - empresa que teria sido responsável pelo transporte do dinheiro encontrado com Gedimar Passos e Valdebran Padilha.
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