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Congresso em Foco
24/10/2006 | Atualizado às 22:40
A CPI dos Sanguessugas recebeu ontem o inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar a tentativa de compra, por petistas, de um dossiê contra candidatos do PSDB. Mas somente parte dos documentos chegou às mãos dos parlamentares.
Os dados, encaminhados pela Justiça Federal no Mato Grosso, contêm apenas o relatório parcial - e amplamente divulgado - do delegado Diógenes Curado, responsável pelo caso. Informações restritas, como os sigilos bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos, ficaram de fora da remessa.
Desde a semana passada, integrantes da CPI tentam ter acesso a uma cópia do inquérito. Depois de ameaçarem até recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), os parlamentares conseguiram o aval do juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal de Cuiabá, para receber os documentos.
O presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-SP), foi pessoalmente ao aeroporto de Brasília para buscar os dados. Mas só percebeu que a documentação estava incompleta depois, já no Congresso, quando pediu à assessoria da CPI que guardasse o material em um cofre lacrado. Ele foi informado de que não havia qualquer documento secreto na remessa.
O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), confirmou que a comissão não recebeu grande parte dos documentos da Justiça e da Polícia Federal de Cuiabá sobre as investigações do dossiê. "De fato isso configura obstrução das investigações. A responsabilidade por essa obstrução me parece que é da Polícia Federal, e eu não sei se também da parte do juiz", afirmou.
Além dos sigilos, os parlamentares esperavam receber transcrições de escutas telefônicas e imagens do circuito de TV do hotel onde a PF apreendeu os R$ 1,7 milhão que seriam usados para comprar o dossiê.
A resistência em divulgar os documentos tem intrigado a oposição, que acusa um atraso intencional nas investigações por conta do período eleitoral. O juiz Jefferson Schneider manifestou a representantes da CPI preocupação com o uso político e eleitoral do material produzido até agora.
CPI deve ouvir ex-ministros da Saúde entre 7 e 9 de novembro
O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse ontem que a comissão deve ouvir quatro ex-ministros da Saúde nos dias 7, 8 e 9 de novembro. "Já fechei a agenda em comum acordo com o relator", declarou.
Acordo selado na última reunião do colegiado, na semana passada, determinou que os ex-ministros José Serra (PSDB), Barjas Negri (PSDB), Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB) seriam convidados, e não convocados, a depor (o convite retira a obrigatoriedade da presença na comissão).
Dossiê: PF já rastreou mais de 50 mil telefones
A Polícia Federal já rastreou 56.047 telefones e 2,828 milhões de ligações feitas por pessoas envolvidas na tentativa de compra, por petistas, de um dossiê contra integrantes do PSDB. Dessas, 380 mil ligações foram feitas para a Presidência da República. Os dados constam de um balanço divulgado ontem pela PF sobre o inquérito aberto para apurar o caso.
Na semana passada, o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, admitiu ter telefonado para Jorge Lorenzetti - ex-integrante da campanha presidencial do PT e apontado como articulador da compra do dossiê -, no dia em que o escândalo veio à tona. Carvalho alegou que queria somente saber mais informações sobre o caso.
A PF ainda não conseguiu descobrir a origem dos R$ 1,7 milhão - sendo US$ 248,8 mil - que seriam usados para comprar os documentos. Ontem, a Justiça autorizou a prorrogação do inquérito por mais um mês.
Os policiais investigam 43.778 contas bancárias, 1,58 milhão de transações financeiras e 311.039 operações de compra de dólares para levantar de onde saíram os recursos. Essas investigações atingiriam 66.256 pessoas, o que, segundo a PF, dificulta a conclusão sobre a origem do montante.
Dossiê: 150 estudantes protestam em Cuiabá
Se não bastassem as pressões políticas, ontem 150 estudantes de escolas e universidades públicas e privadas de Cuiabá (MT) foram até a sede da Polícia Federal (PF) pedir agilidade nas investigações sobre a origem do R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar um dossiê contra o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).
Os estudantes levaram uma bandeira do Brasil, além de balões verdes e amarelos, e cartazes com os dizeres: "Cuiabá e o Brasil merecem a verdade já", "Pagamos impostos, merecemos a verdade" e "Caso dossiê: conclusão das investigações, doa a quem doer".
"Nós estamos aqui porque somos contra a corrupção. Queremos saber a verdade, doa a quem doer. O povo de Cuiabá e do Mato Grosso está indignado com o fato de Cuiabá ser o palco da corrupção. Queremos uma resposta porque estamos prestes a uma eleição presidencial", disse Manuel Carlos de Oliveira, um dos estudantes presentes.
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