A decisão de transferir para as investigações da "máfia das sanguessugas" para a Procuradoria Geral da República (PGR) ontem deverá livrar de um processo político, nessa legislatura, os parlamentares que participaram do esquema.
Segundo o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL), que participava da comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, criada para investigar 16 deputados envolvidos no caso, os trabalhos estavam adiantados a ponto de parlamentares já poderem responder no Conselho de Ética.
"Já estava tudo pronto para que as providências fossem tomadas, mas mandaram parar os trabalhos. Não entendo isso. Nós não investigamos o mensalão? Qual a razão de agora não podermos fazer o mesmo?. Lamentavelmente, a parte política não vai ser julgada", disse.
O deputado lembrou que em julho a Câmara entrará obrigatoriamente em recesso, o que significa que se os julgamentos não forem iniciados no mês que vem, os processos só poderão ser abertos na Câmara e no Senado em agosto, em plena campanha eleitoral.
"Nós estávamos dispostos a fazer um mutirão na Corregedoria e no Conselho para dar tempo de fazer a investigação política, mas não acredito mais nisso", disse Carimbão.
Segundo a assessoria da Câmara, se os processos fossem iniciados neste ano, mesmo com o fim da legislatura, os casos referentes aos deputados reeleitos poderão ser retomados no ano que vem, quando começa um novo mandato.