Duas semanas após o início dos ataques em São Paulo, é a vez de a população de Vitória (ES) aterrorizar-se. Além de enfrentar uma sucessão de incêndios criminosos de ônibus, a cidade foi tomada agora à tarde por boatos de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria prestes a promover atentados na capital capixaba. Muitas pessoas deixaram o trabalho mais cedo, enquanto pais ordenavam aos seus filhos que não saíssem de casa.
A exemplo do que aconteceu em São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo determinou, também há duas semanas, a mudança de presos das penitenciárias locais para os presídios federais. Em São Paulo, as rebeliões nos presídios e os ataques contra bancos e instalações policiais foram motivados justamente pela transferência de presos.
A polícia capixaba não confirma, no entanto, a ação de criminosos ligados ao PCC naquele estado. De qualquer maneira, colocou suas tropas nas ruas para coibir, sobretudo, novos ataques contra ônibus.
Ontem, por volta das 21h30, um ônibus da empresa Floramar foi incendiado. Uma noite antes, na noite de terça-feira, outro ônibus foi queimado. Só neste ano, foram incendiados 11 veículos de transporte coletivo em Vitória.
O ataque de ontem ocorreu horas depois de o secretário estadual de Segurança Pública, Evaldo Martinelli, anunciar medidas para conter a violência, como a adoção de bloqueadores de celular nos presídios para impedir a comunicação criminosa de presos. Embora negue qualquer ligação dos incêndios de ônibus com o PCC, a polícia não encontrou ainda uma explicação para os atentados.