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Congresso em Foco
2/5/2006 | Atualizado às 6:15
Conforme esperado, a festa pelo Dia do Trabalho promovida pelas duas principais centrais sindicais do país em São Paulo se transformou em ato político a favor e contra o governo Lula. A cinco meses das eleições, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) defendeu a reeleição de Lula, comemorou iniciativas do governo federal e atacou o pré-candidato tucano à presidência, o ex-governador Geraldo Alckmin. O ato da Força Sindical foi marcado por críticas à política econômica e à corrupção no Executivo.
Segundo a Polícia Militar, cerca de dois milhões de pessoas participaram dos dois eventos, que atraíram o público com a apresentação de artistas famosos. Na Avenida Paulista, onde ocorreu a festa da CUT, também sobraram elogios para a criação do Conselho Nacional de Relações do Trabalho e o reconhecimento formal das centrais sindicais, medidas anunciadas ontem pelo presidente.
"Assim como os editoriais dos jornais têm defendido os tucanos, estamos aqui para defender o Lula. É melhor Lula que qualquer tucano", discursou o presidente nacional da CUT, João Felício. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ex-presidente da central, não foi à festa, alegando estar com torcicolo. Marinho foi apenas à missa em São Bernardo do Campo da qual Lula participa há mais de duas décadas.
Entre os políticos, apenas os pré-candidatos ao governo pelo PT, o senador Aloizio Mercadante e a ex-prefeita Marta Suplicy, subiram ao palanque da CUT. O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, defendeu a reeleição de Lula e atacou Alckmin: "Esse tucanozinho aí anda falando em choque de gestão. É coisa de burocrata, de almofadinha. Como diz o presidente Lula, o necessário é um choque de inclusão social".
Já na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte paulistana, onde a Força Sindical promoveu suas comemorações, o clima era outro. Em meio a apresentação de artistas, políticos se revezaram nas críticas ao governo Lula, cobrando mais empregos, melhores salários, fim do privilégio dos bancos e redução da carga tributária.
O presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, foi irônico ao comentar o pronunciamento feito na véspera por Lula no rádio e na TV. "Ouvi o presidente e fiquei com a impressão de que, ou ele está voando muito, ou está no mundo da lua, porque a realidade aqui embaixo é outra. O modelo econômico do governo Lula foi o de agradar os poderosos e dar esmola aos pobres. Não pode ser esse o modelo de desenvolvimento do país", disse Paulinho.
Pré-candidato à presidência da República pelo PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) afirmou que o trabalhador não tinha o que comemorar caso comparasse as promessas de Lula, em 2002, e a realidade atual. Também pré-candidato ao Planalto, o deputado Roberto Freire (PPS-PE) foi mais duro: defendeu a renovação do Brasil a começar pela substituição do governo "que fez da corrupção uma prática do dia-a-dia".
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), não conseguiu discursar por mais de dez segundos. Apresentado no palco, foi alvo de uma vaia solene.
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