Os ânimos estão exaltados no plenário do Senado. Os oposicionistas reagiram ao requerimento da líder do PT, Ideli Salvatti (SC), que pediu ao presidente da Casa,
Renan Calheiros (PMDB-AL), as fitas do circuito interno de TV do Congresso para saber se o caseiro Francenildo dos Santos Costa esteve com algum senador antes de contradizer publicamente o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
A senadora levanta a suspeita de que integrantes da oposição estariam orientando o caseiro a fazer declarações que complicam o ministro. "É inadmissível que o PT tenha escolhido uma bisbilhoteira e não uma líder de verdade. Estão abertas as fitas para a curiosa líder", reagiu o pefelista Heráclito Fortes (PI).
O senador Antero Paes de Barros (MT) admitiu ter se encontrado com o caseiro no dia 10 de março, antes das revelações. Nildo teria procurado o senador para dizer que estava disposto a depor à CPI para contar que Palocci freqüentava a mansão alugada pela chamada "república de Ribeirão Preto" para fazer lobby em Brasília. O tucano, porém, negou estar por trás das declarações de Francenildo. "Não aceito isso", protestou o senador.
O pedido de Ideli não foi bem aceito nem pelo líder do governo na Casa, Aloízio Mercadante (PT-SP). Apesar de ter defendido a colega da fúria oposicionista, Mercadante ponderou que as investigações acerca do caseiro devem ficar a cargo da Polícia Federal. "Acho que devemos voltar nossas atenções para assuntos que competem diretamente ao Senado", afirmou. A mesma orientação foi feita pelo presidente da Casa,
Renan Calheiros (PMDB-AL).