O coordenador de Defesa Institucional da Polícia Federal, Wilson Damásio, disse hoje que a PF vai abrir uma investigação formal para apurar a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. De acordo com Wilson, a própria Caixa Econômica Federal (CEF), que também anunciou nesta segunda a abertura de uma sindicância para apurar o caso, pode ajudar nas investigações.
"Este fato será apurado pela PF e vamos levar às últimas conseqüências. Podem ter certeza, quem tirou esse extrato vai ser punido", afirmou Damásio, em entrevista coletiva. Segundo ele, a polícia não terá grande dificuldade para chegar ao responsável pelo vazamento das informações bancárias do caseiro. O coordenador também negou com veemência o eventual envolvimento de algum policial federal no episódio. No momento em que o extrato foi emitido o caseiro estava com Damásio numa sala da sede da PF.
Damásio disse que o sistema de informática da Caixa tem o registro do terminal de onde foi retirado o extrato. Francenildo foi à PF pedir sua entrada no serviço de proteção à testemunha. Segundo Damásio, mesmo sem ser perguntado, o caseiro falou sobre um dinheiro extra de aproximadamente R$ 30 mil que tinha sido depositado em sua conta.
"Ele me contou que a mãe disse: 'Olha, vai terminar alguém dizendo que esse dinheiro alguém lhe deu para você falar mal do ministro Palocci'", relatou Damásio.
O delegado explicou ainda que quando Francenildo chegou para solicitar entrada no programa de proteção, pediu que ele apresentasse documentos e o caseiro entregou a identidade, o CPF e o cartão da conta bancária. Os documentos foram copiados numa sala contígua ao gabinete de Damásio. O delegado disse que a tarefa não durou mais do que três minutos.
Damásio reafirmou também que é praxe solicitar documentos pessoais de pessoas interessadas em entrar no programa de proteção. Disse ainda que em geral a PF faz revista pessoal e objetos. No dia seguinte, o caseiro compareceu à Polícia Federal e pediu desligamento do programa.