O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), agendou para a próxima quinta-feira (16) a leitura e votação do processo contra o deputado João Magno (PT-MG). O relator do processo, Jairo Carneiro (PFL-BA), recomendou ontem a cassação do mandato do petista. Mas, no meio da reunião, a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) pediu mais tempo para analisar o texto, o que adiou a votação por duas sessões.
Carneiro concluiu que João Magno fez uso de recursos de caixa dois ao retirar R$ 426 mil das contas do empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador do suposto mensalão. Em sua defesa, o petista afirmou ter sacado o dinheiro por orientação do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, para pagar dívidas de sua campanha a deputado federal em 2002 e à prefeitura de Ipatinga (MG) em 2004. Os recursos só foram incluídos nas prestações de contas de João Magno no segundo semestre do ano passado, depois de as denúncias sobre o mensalão vieram à tona.
Agenda da próxima semana
Izar divulgou hoje também a agenda de trabalho do Conselho para os próximos dias e adiantou que, na terça-feira (14), os integrantes do órgão se reunirão pela manhã para leitura e voto do novo parecer sobre o processo contra o deputado Pedro Henry (PP-MT).
O relator do processo de Henry, Orlando Fantazzini (Psol-SP) pediu a cassação do progressista, mas o parecer foi derrubado pelos parlamentares. Agora,
Carlos Sampaio (PSDB-SP) vai elaborar outro texto, para sugerir a absolvição de Henry no plenário.
O relatório de Fantazzini, apesar de rejeitado pelo Conselho, foi feito com base no texto de Sampaio, que sugeriu a cassação de outro progressista, Pedro Corrêa (PE). Embora tenha auxiliado na elaboração do relatório, o tucano votou contra o parecer de Fantazzini.
Na terça-feira subseqüente, dia 21, o Conselho de Ética pretende ouvir cinco testemunhas arroladas pela deputada Angela Guadagnin (PT-SP), relatora do processo contra o deputado José Janene (PP-PR).
Serão ouvidos João Cláudio Genu, assessor da liderança do PP; o empresário Marcos Valério; Simone Vasconcelos, diretora financeira da agência SMP&B; Enivaldo Quadrado, diretor da corretora Bonus-Banval; Eliane Alves Lopes, que foi citada por Simone Vasconcelos como uma das funcionárias da SMPB que distribuíam recursos do PT a deputados.