O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu, desafiou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizendo que deixará o cargo caso os recursos prometidos para o sistema prisional do estado sejam liberados, mas pediu ao ministro que também se disponibilize a deixar sua função caso os R$ 110 milhões não sejam depositados nos cofres paulistas. "O ministro da Justiça faltou com a verdade ao dizer que viria o dinheiro", acusou o secretário. Saulo Abreu acredita que os recursos não serão liberados antes do final do ano.
O Ministério da Justiça respondeu ao Congresso em Foco, por meio de sua assessoria, que o dinheiro só não foi repassado porque a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo ainda não apresentou os projetos necessários para a liberação dos recursos. Os assessores disseram que na semana passada foi feita uma reunião entre os técnicos da Secretaria e do Ministério e que, uma vez apresentado o projeto, o dinheiro será depositado em, no máximo, uma semana. Os recursos serão destinados à construção de presídios novos.
Apesar das críticas, Saulo admitiu que aceitaria ajuda do Exército em São Paulo se a oferta fosse em um contingente acima de 4,5 mil homens. Segundo ele, para que a presença do Exército possa ter efeito, são necessários pelo menos 1,5 mil homens nas ruas por turno. O governo ofereceu 2,8 mil soldados no total.
Há suspeitas de que os ataques de hoje à capital paulista tenham sido organizados por empresas de ônibus, com o intuito de pedir aumento de tarifas. A polícia encontrou indícios de direcionamento consciente para a destruição dos veículos de transporte coletivo. De acordo com o levantamento da polícia de São Paulo, só na madrugada 23 ônibus foram atingidos pelos ataques.