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Congresso em Foco
12/4/2006 21:53
Um dia após o anúncio de que o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, denunciou 40 pessoas por envolvimento no mensalão, a temperatura política no Congresso subiu. Ontem, governistas pediram cautela quanto à pré-condenação dos acusados pelo Ministério Público, enquanto oposicionistas subiram o tom dos ataques ao governo Lula.
Veja as principais declarações do dia:
Mercadante: denúncia não é pré-condenação
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que a denúncia oferecida ao STF pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, contra 40 pessoas envolvidas no mensalão não pode ser interpretada como "a condenação dos acusados". Segundo Mercadante, as investigações na Justiça serão menos politizadas.
"Espero que o STF aprofunde as investigações, apure as responsabilidades e permita a defesa que o ambiente político do Congresso nem sempre permite", disse Mercadante. "A denúncia não significa pré-condenação. Quem vai condenar é a Justiça. Vamos aguardar o processo de investigação", complementou.
Tasso: Lula é responsável pela formação da quadrilha
O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), acusou o presidente Lula de ser o responsável pela "quadrilha e a organização criminosa", segundo a denúncia do procurador-geral da República ao STF. A peça não coloca Lula sob investigação, mas sim o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, denominado "chefe" da quadrilha.
"O grande responsável pela formação da quadrilha é o presidente da República, e é isso que está dito de uma maneira explícita politicamente na denúncia do procurador", afirmou Tasso, em aparte ao discurso do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no plenário do Senado ontem pela manhã.
"Estou provocando senadores do PT que se manifestem sobre isso", desafiou Tasso. Ontem, nenhum dos senadores que participaram da CPI os Correios quis comentar a denúncia do procurador-geral. No momento, só estava no plenário o petista Sibá Machado (AC), que integrou a CPI dos Correios e escutou calado o desafio de Tasso.
O presidente do PSDB disse, ainda, que é uma organização criminosa, montada pelo núcleo central do PT, a partir do governo Lula, que está sendo denunciada, e enfatizou: "Isso talvez tenha sido a denúncia mais grave já feita na história do Brasil, em termos de governo federal. O PT montou uma quadrilha a partir do governo federal."
Segundo Tasso, a situação é grave e envolve diretamente o presidente Lula. "Uma denúncia como esta não pode deixar de envolver o presidente, que é o responsável pelo governo federal", acentuou.
Pedro Simon: "Parece que Lula não sabe o que acontece"
Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) concordou com Tasso, observando que o procurador-geral só não citou o nome de Lula porque não quis. "Mas ele (Lula) é o grande responsável, sim. Tudo isso aconteceu em volta dele, e parece que ele não sabe o que acontece em volta dele", afirmou o senador gaúcho.
Segundo ele, se ele não sabe o que está acontecendo ao lado dele, seria o caso de ser pedida uma análise psiquiátrica dele, para ver se ele pode ou não presidir o País.
Simon elogiou o procurador-geral da República, dizendo que ele teve coragem de dizer as coisas, destacando a diferença entre ele e seu antecessor, Geraldo Brindeiro, que tinha fama de "engavetador de processos".
Arlindo Chinaglia: "Mosca azul mordeu procurador"
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu ontem com críticas e cobranças à denúncia oferecida pelo procurador-geral da República apontando a existência de uma organização criminosa que operou o chamado mensalão para garantir a manutenção do PT no poder.
Chinaglia acusou Antonio Fernando de ter sido "mordido pela mosca azul" - expressão utilizada em relação a pessoas que passam a ambicionar o poder. Ele cobrou a investigação sobre o suposto superfaturamento na construção do prédio-sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília.
Em discurso no plenário da Câmara, pontuado por ironias, o líder do governo contestou também conclusões da CPI dos Correios.
"Usando a palavra da moda, causou-me estranheza que o procurador-geral da República chamasse o presidente da CPI dos Correios (senador Delcídio Amaral), bem como o seu relator (deputado Osmar Serraglio) e outros para anunciar à imprensa o seu trabalho. Penso que ali Sua Excelência talvez tenha sido mordido pela mesmíssima mosca azul de alguns que entram (na condição de) minhoca na CPI e imaginam saírem de lá como se fossem najas (espécie de cobra)", discursou Chinaglia.
Homem destemido
Ele ainda levantou suspeita sobre a conduta de Serraglio, acusando-o de ter excluído do seu relatório tudo que foi produzido na comissão sobre as franquias dos Correios. "O sub-relator (o petista José Eduardo Cardozo) pediu a quebra do sigilo de oito franquias, obteve de apenas duas e, dessas, descobriu que, num prazo de cinco anos, foram sacados R$ 8 milhões da boca do caixa. Por que o relator excluiu isso do seu parecer final?", questionou Chinaglia.
"Será que Sua Excelência (Serraglio) introjetou a denúncia da oposição de que o Correio era comandado pelo PMDB, e então ficou com medo? Sua Excelência é homem destemido", afirmou Chinaglia.
O líder do governo fez também elogios aos trechos em que a denúncia do Ministério Público envolve o PSDB no esquema de Marcos Valério e ao fato de Antonio Fernando ter deixado de fora do seu relatório o presidente Lula. Chinaglia ressaltou que o trabalho do procurador foi feito com independência.
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