O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), anunciou nesta sexta-feira que vai disputar o governo do Estado. Ele pôs um ponto final numa novela iniciada em janeiro, quando ainda almejava disputar a presidência da República. Ele já enviou carta à Câmara Municipal renunciando ao cargo, que será ocupado pelo vice, Gilberto Kassab (PFL).
"Troco a posição confortável pelo risco de mais uma batalha", declarou ao formalizar sua candidatura em solenidade realizada esta tarde no Palácio das Convenções do Anhembi.
No discurso de renúncia ao mandato de prefeito, Serra disse que o estado de São Paulo poderá ajudar o Brasil a melhorar: "Dois ideais me movem: que a nossa capital tenha cada vez mais recursos e condições para melhorar e assegurar que o estado continue no rumo que está, melhorando há 12 anos; e que o estado, melhorando a si mesmo, ajude o Brasil a melhorar".
Mais uma vez, prévias
Serra bate o martelo quanto a seu destino político às vésperas da reunião da Executiva do PSDB paulista, marcada para segunda-feira (3). Um dos pré-candidatos do partido ao governo de São Paulo, o vereador tucano José Aníbal, insiste na idéia de enfrentar Serra numa prévia.
O candidato foi obrigado a retroceder na disputa pela vaga do partido na corrida presidencial, porque não queria enfrentar o ex-governador Geraldo Alckmin nas prévias da Executiva nacional tucana. Agora, enfrenta a insistência de José Aníbal - vereador mais votado em 2004 -, que não quer fugir da luta. Nesse impasse, o presidente do PSDB paulista, o deputado estadual Sidney Berado, avisou que não quer nem ouvir falar em prévias.
Em São Paulo, Serra desponta em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais com e é o único tucano que hoje venceria, com folga, os dois principais candidatos petistas no Estado. Pesquisa Datafolha divulgada no dia 20 de março mostrou que Serra venceria a ex-prefeita Marta Suplicy por 50% a 14%, alcançando 58% dos votos válidos; e ganharia do senador Aloísio Mercadante por 58% a 12%, conquistando 65% dos votos válidos. Na pesquisa, os outros pré-candidatos tucanos a governador não passaram dos 9%, num distante quarto lugar.
A última incógnita dos tucanos para outubro é o candidato ao Senado, que vai concorrer a uma vaga com Eduardo Suplicy (PT). Há negociações para fazer do ex-governador Orestes Quércia, com longa folha de contencioso com o PSDB, este candidato.